© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Arquivo
A crise que o sistema político-eleitoral atravessa atualmente se deve à atuação do Judiciário. A afirmação é do ex-ministro José Dirceu, condenado no escândalo do mensalão e na operação Lava Jato, feita durante conversa com jornalistas no lançamento do primeiro volume de sua autobiografia. O evento ocorre na noite desta terça (4), no Circo Voador, no Rio de Janeiro.
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"O Supremo derrubou a cláusula de barreira. Instituiu fidelidade partidária absoluta pro Lula não fazer maioria no Senado e depois foi liberando", disse Dirceu. "O mais grave foi a mudança de 5% para quase 30% do tempo de rádio e televisão e fundo partidário distribuído entre todos os partidos."
Para o ministro, a mudança acabou por criar legendas de aluguel, causadoras da crise política. "Isso é de responsabilidade do STF e do STE."
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O Judiciário também foi acusado por Dirceu de "brecar" a reforma da Previdência durante o governo Lula. "Eles fizeram, junto com a Polícia Federal e os militares, um grupo de pressão dentro da Câmara."
O ex-ministro também falou da proposta de governo do PT, caso o partido consiga eleger seu candidato à Presidência. Na última semana, ele afirmou que o partido vai pressionar para implantar um "programa radical".
"Quando falo em radicalização, é fazer uma reforma tributária. Não estou falando da Justiça, da reforma política", disse.
"O PT tem que dizer com todas as letras o que fará. Que a gente não cometa o mesmo erro de falar uma coisa [durante a campanha] e fazer outra", afirmou, referindo-se à campanha de Dilma Rousseff em 2014. Com informações da Folhapress.