© Pilar Olivares/Reuters
No primeiro ato de campanha após o ataque ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), Flavio Bolsonaro afirmou que seu pai "não vai ser eleito por causa de uma facada. Ele tomou a facada porque já estava eleito. Essa é a realidade, doa a quem doer".
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O deputado estadual do Rio de Janeiro deu a declaração ao ser questionado sobre a fala do comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas. O general disse que o atentado pode fazer com que o próximo governo tenha sua legitimidade contestada.
"Por exemplo, com relação a Bolsonaro, ele não sendo eleito, ele pode dizer que prejudicaram a campanha dele. E, ele sendo eleito, provavelmente será dito que ele foi beneficiado pelo atentado, porque gerou comoção. Daí, altera o ritmo normal das coisas e isso é preocupante", afirmou Villas Bôas em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
Neste domingo (9), Flavio também afirmou que não acha que o país esteja dividido, como indicou o general. "Está mais do que nunca unido em torno do Bolsonaro e vai ser no primeiro turno. Eles queriam matar o meu pai para tirá-lo da disputa", declarou, com a voz rouca.
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O candidato a vice general Hamilton Mourão (PRTB) se limitou a dizer que "essa é a opinião dele [general Villas Bôas]".
O comício acontece em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, e reúne centenas de apoiadores do candidato, vítima de um ataque a faca na última quinta (6) em Juiz de Fora (MG). Em volta de um carro de som que leva a placa "eu repudio esse ato covarde", eles dividem espaço com banhistas e ciclistas na avenida em frente à praia, normalmente fechada para carros aos domingos.
Com a impossibilidade de Bolsonaro sair do hospital Albert Einstein, para onde foi transferido nesta sexta (7), os filhos e Hamilton Mourão assumirão a campanha nas ruas. Flavio diz que deve se concentrar no Rio, e Eduardo, em São Paulo.
Em discurso aos apoiadores, o deputado afirmou que foram dias difíceis, mas que seu pai está se recuperando bem e está andando. "Nosso capitão está dando ordens de dentro do hospital, diferente daqueles que dão ordens de dentro da prisão", disse, em referência a Lula.
Também criticou a mídia por tratar Adélio Bispo de Oliveira, o agressor, como "maluco" e o chamou de "terrorista". Lideranças ligadas a Bolsonaro têm tentado frisar publicamente que o ataque foi premeditado por um grupo de pessoas e associar o episódio ao PSOL, partido ao qual Oliveira foi filiado de 2007 a 2014 em Uberaba (MG). O partido repudia as ligações e diz que não tem nenhuma relação com o caso. A Polícia Federal investiga o ataque. Com informações da Folhapress.