© DR
Ao contrário do que o MST chegou a anunciar ontem (9), a fazenda vizinha à Santa Tereza, a Pioneira, pertencente à Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar), não foi ocupada. De acordo com Ayala, devido à presença de seguranças armados no local. Os sem-terra pedem que as duas fazendas sejam desapropriadas pelo Estado, incluídas no programa de reforma agrária e que as famílias cadastradas sejam assentadas.
PUB
O MST sustenta que a Fazenda Santa Tereza está instalada em uma área de 3,6 mil hectares (um hectare equivale aproximadamente às medidas de um campo de futebol oficial) pertencentes ao estado do Pará. De acordo com o MST, sucessivos que assumiram a área cometeram crime ambiental, destruindo o castanhal existente para abrir espaço para a criação de gado. Segundo Ayala, isso ocorreu apesar de, originalmente, o governo estadual ter cedido ao primeiro fazendeiro apenas o direito de explorar o castanhal, preservando a floresta nativa.
Já a Fazenda Pioneira, segundo ela, está abandonada desde o ano passado, quando a Cosipar, por dificuldades financeiras, decidiu interromper suas atividades por prazo indeterminado, dispensando trabalhadores. O pagamento das verbas rescisórias e de outros benefícios concedidos aos trabalhadores afastados teve que ser mediado pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e homologado pela 2ª Vara do Trabalho de Marabá (PA).
Já o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Marabá, Eudério de Macedo Coelho, afirmou à Agência Brasil que tanto a Santa Tereza quanto a Pioneira estão devidamente regularizadas e não têm problemas ambientais.
“Inspecionamos as duas áreas recentemente e verificamos que elas não têm problemas”, disse, ontem (9), o superintendente à reportagem. Após se encontrar com advogados dos proprietários da Santa Tereza, Coelho se reuniu, ontem à tarde, com representantes dos sem-terra, a quem pediu que desocupassem a área para que o Incra pudesse negociar com os fazendeiros. “Pela lei em vigor, o Incra não pode vistoriar áreas ocupadas. Eles saindo, vamos procurar conversar com os donos e verificar se eles têm interesse em vendê-las, pois não podemos simplesmente desapropriá-las”, já havia antecipado o superintendente antes da reunião.
Para Ayala, há uma situação de conflito instalada e cabe ao Estado tomar as providências necessárias para impedir que os sem-terra e seguranças armados se enfrentem. “Pedimos ao superintendente que solicite a presença de policiais.”
A Agência Brasil não conseguiu localizar os representantes da Fazenda Santa Tereza.