Advogada é algemada por PMs durante audiência judicial no Rio; vídeo

Caso ocorreu em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense

// $explode1 = explode('=http://rd3.videos.sapo.pt/', $item['media_id']); // $explode2 = explode('/mov', $explode1[1]);

Brasil Duque de Caxias 12/09/18 POR Folhapress


A advogada Valéria Lucia dos Santos, 48, foi algemada nesta segunda-feira (10) durante uma audiência no 3º Juizado Especial Cível de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no estado do Rio de Janeiro.

PUB

A advogada e a juíza leiga discutiram, e Valéria foi algemada, no chão, por policiais do fórum. Pessoas na sala gravaram vídeos da situação, mas não é possível ver todos os momentos ou o início do episódio. O juiz leigo é um advogado que auxilia a Justiça em alguns juizados especiais, mas a decisão final é de um juiz togado.

+ Mãe salva bebê ao 'jogá-lo' para passageiro antes de acidente de ônibus

Segundo a seção do Rio da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o ato foi uma grave violação. Advogada desde 2016, Valéria trabalha para um escritório no município. "Nem na época da ditadura se prendia, algemava e jogava ao chão um advogado dentro da sala de audiência. É um absoluto desrespeito ao Estado democrático e à advocacia. Isso causa muita preocupação", disse Luciano Bandeira, presidente da Comissão Estadual de Defesa de Prerrogativas da OAB.

Questionado, o TJ-RJ disse, por meio de nota, que a juíza leiga pediu a presença de policiais "para conter uma advogada que não havia acatado orientações da magistrada". "Segundo policiais, ela resistiu e, por isso, foi algemada e encaminhada para a 59ª delegacia, de Duque de Caxias. Estamos aguardando a conclusão do inquérito policial", afirmou o tribunal.

A Folha de S.Paulo pediu ao TJ-RJ para entrevistar a juíza leiga, mas não teve resposta. O nome da profissional também não foi informado pelo tribunal. Procurada, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), que representa juízes, não respondeu até a publicação desta reportagem.

Valéria afirma que ficou indignada, porque, segundo ela, seu direito de trabalhar foi cerceado. Negra, ela não quis atrelar o episódio a um possível ato de racismo. "Eu não queria pontuar a questão do racismo, porque não vou mudar a concepção das pessoas e nem a cor da minha pele. Ali a minha indignação foi por me impedirem de trabalhar", afirmou.

Ela disse que se sentiu "muito mal" com a situação. "A ficha caiu quando eu estava no chão algemada, sentada. Realmente, sou negra, mulher, preciso ser tratada dessa forma?", afirma.

Segundo a OAB, Valéria defendia uma consumidora, que entrou com um processo contra uma empresa de telefonia por causa de cobranças indevidas. Na audiência, não houve conciliação entre as partes, e a advogada pediu para ter acesso à contestação da empresa ao processo, sempre de acordo com a versão da OAB.

"É dever do advogado pedir para ler a contestação, que só pode ser vista naquele momento, para impugnar ou questionar a validade de documentos juntados pela defesa. Ela estava exigindo isso ou que se colocasse na ata que ela não teve acesso à contestação", afirma o representante da OAB.

Segundo ele, a advogada seguiu o rito processual normal, já que aquela era a última oportunidade de se manifestar antes que a sentença fosse dada. "Ela estava cumprindo a obrigação dela, estava absolutamente correta."

Em um dos vídeos, Valéria diz que não vai sair da sala e que estava ali no aguardo de um delegado da OAB. Segundo Bandeira, essa função é exercida por advogados, presentes em plantões nos fóruns, responsáveis por representar a Ordem e defender os profissionais da categoria.

"Quando há alguma palavra atravessada, algum conflito, o delegado é chamado para mediar a situação. A audiência ficava no segundo andar, e a sala da Ordem, no quarto piso. Era questão de segundos até o delegado chegar. Mas a juíza leiga não esperou e determinou a prisão", afirma Bandeira.

Segundo Valéria, ela não chegou a ser detida, porque o delegado da OAB chegou logo à sala. Em seguida, a advogada, o representante da Ordem e os policiais foram à delegacia registrar boletim de ocorrência.

A OAB-RJ vai entrar com com representação contra os policiais na corregedoria da corporação e contra a juíza leiga no TJ-RJ, além de processos civis e criminais na Justiça. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

economia Dinheiro Há 13 Horas

Entenda o que muda no salário mínimo, no abono do PIS e no BPC

tech Aplicativo Há 13 Horas

WhatsApp abandona celulares Android antigos no dia 1 de janeiro

brasil Tragédia Há 7 Horas

Sobe para 14 o número desaparecidos após queda de ponte

mundo Estados Unidos Há 14 Horas

Momento em que menino de 8 anos salva colega que engasgava viraliza

fama Condenados Há 22 Horas

Famosos que estão na prisão (alguns em prisão perpétua)

fama Realeza britânica Há 6 Horas

Rei Chales III quebra tradição real com mensagem de Natal

brasil Tragédia Há 14 Horas

Vereador gravou vídeo na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira pouco antes de desabamento

fama Emergência Médica Há 14 Horas

Gusttavo Lima permanece internado e sem previsão de alta, diz assessoria

brasil Tragédia Há 13 Horas

Mãe de dono da aeronave que caiu em Gramado morreu em acidente com avião da família há 14 anos

fama Hollywood Há 9 Horas

Autora presta apoio a Blake Lively após atriz acusar Justin Baldoni de assédio