Adversários de Lula, candidatos evitam criticar o ex-presidente em PE

De olho na alta popularidade do ex-presidente no estado, todos evitam criticar o líder do PT

© Ricardo Stuckert / Instituto Lula

Política Eleições 12/09/18 POR Folhapress

Adversários e críticos do ex-presidente Lula, os candidatos ao Senado Mendonça Filho (DEM), Bruno Araújo (PSDB) e Jarbas Vasconcelos (MDB) mudaram de tom na campanha eleitoral em Pernambuco.

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De olho na alta popularidade do ex-presidente no estado, todos evitam criticar o líder do PT. Pelo cálculo eleitoral das campanhas, bater em Lula significaria perder votos de uma parcela significativa do eleitorado pernambucano.

O deputado federal Bruno Araújo, dono do voto decisivo que sacramentou, na Câmara, a admissibilidade do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, chegou até a elogiar o petista.

"Dilma é a mãe dos 12 milhões de desempregados hoje no Brasil. Já Lula foi um presidente excepcional para nosso estado. Não tenho como ir para a rua sem reconhecer isso", disse em março deste ano.

Nos discursos, ele evita nacionalizar o debate político para não ter que falar sobre o caso do ex-presidente, preso em Curitiba. 

Quando deu o voto decisivo pela admissibilidade do impeachment, Araújo afirmou estar honrado com o ato. "Quanta honra o destino me reservou de poder da minha voz sair o grito de esperança de milhões de brasileiros, senhoras e senhores. Pernambuco nunca faltou ao Brasil. Por isso, digo ao Brasil sim para o futuro", disse na ocasião.

Mendonça Filho segue a mesma linha e não ataca o petista durante a campanha. 

Bruno e Mendonça integraram o núcleo de articulação do impeachment, viraram ministros do presidente Michel Temer (MDB) e votaram, no ano passado, para negar a autorização de abertura de processo por corrupção passiva no STF (Supremo Tribunal Federal).

A dupla compõe a chapa de Armando Monteiro (PTB), principal adversário do atual governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), na disputa estadual. Monteiro já declarou que vota em Lula se ele ainda conseguir se viabilizar. 

Ao mesmo tempo, os dois tentam se livrar a todo custo do ex-presidente Michel Temer (MDB). No programa eleitoral, citam apenas que foram ministros e excluem o nome do presidente. 

A dupla chegou a pedir à Justiça Eleitoral que o senador Humberto Costa (PT), que concorre à reeleição, retirasse uma postagem das redes sociais que se referia a ambos como integrantes da "turma do Temer em Pernambuco".

Só no começo desta semana, quase um mês após o início oficial da campanha eleitoral, Bruno Araújo elevou o tom contra o petista. A mudança ocorre após divulgação da pesquisa Datafolha em que ele aparece estacionado em quinto lugar.

"Da cadeia, Lula brinca de ser candidato. Mas é ficha-suja. Vai indicar uma nova Dilma para ser presidente", disse num vídeo da campanha que circula no WhatsApp.

O deputado Jarbas Vasconcelos, que concorre a uma vaga no Senado apoiado por Paulo Câmara, chegou a classificar Lula, em 2010, como chefe de uma facção. 

Em setembro de 2015, durante encontro com empresários pernambucanos, disse que seria uma cena bonita ver Lula sendo preso.

"Vocês têm dúvida de que Lula vai ser preso na Lava Jato? Vai ser uma cena bonita ele caminhando para Curitiba, uma cena normal", afirmou. 

Hoje, Jarbas pede voto ao lado do companheiro de chapa, o senador Humberto Costa (PT) e até aparece em fotos segurando a bandeira do PT e fazendo o "L" de "Lula livre."

No mês passado, em entrevista a uma rádio do interior do estado, defendeu a possibilidade de Lula ser candidato à Presidência. Jarbas declara apoio a Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa.

"Defendo a possibilidade de Lula ser registrado e ser candidato. Se vai ser ou não, é outro problema", disse. Em junho, a uma rádio local, o parlamentar salientou que não teria problemas em pedir votos para o petista Humberto Costa.

Procurado pela Folha, o deputado Mendonça Filho comentou a situação em nota enviada por sua assessoria. "A campanha do candidato a senador Mendonça está focada em discutir com a população os problemas de Pernambuco, a necessidade de mudança, divulgar a sua história de trabalho, o seu legado no MEC e em apresentar propostas para defender os interesses do estado no Senado."

Jarbas e Bruno Araújo não quiseram se pronunciar. Com informações da Folhapress.

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