© REUTERS/Zohra Bensemra
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou nesta quinta-feira (13) a data de 10 de dezembro para as eleições na Líbia cogitadas pelo governo da França. Além disso, o órgão prorrogou o mandato da missão no território líbio (UNSMIL) durante um ano.
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A resolução, aprovada por unanimidade pelo Conselho de Segurança, foi elaborada pelo Reino Unido e apela à realização de eleições presidenciais e legislativas "o mais rapidamente possível, desde que as necessárias condições de segurança, técnicas, legislativas e políticas estejam presentes".
Nos últimos dias, a França pediu para manter a votação em 10 de dezembro, mas enfrentou oposição dos Estados Unidos e outros países da União Europeia (UE), incluindo a Itália. Durante uma reunião do Conselho, o governo de Emmanuel Macron ressaltou que considerava "essencial organizar as eleições no calendário acordado" no mês de maio.
Segundo o embaixador da França na ONU, François Delattre, "foi mais do que nunca essencial avançar na transição democrática na Líbia".
O embaixador e vice-representante permanente dos Estados Unidos na ONU, Jonathan Cohen, por sua vez, já havia advertido que "a imposição de prazos falsos retornará contra os mesmos criadores e isso apenas levaria a novas divisões dentro de um país já profundamente dividido, não apenas no presente, mas também no futuro".
Desde a queda do ditador Muammar Kadafi, em 2011, a Líbia enfrenta um cenário de instabilidade, mas a situação se agravou nas últimas semanas depois que uma milícia se levantou contra o governo de união nacional liderado pelo primeiro-ministro Fayez al-Sarraj, atualmente reconhecido pelo comunidade internacional.
A Itália tenta ser protagonista do processo de estabilização, inclusive anunciou que fará uma conferência internacional sobre a crise na Líbia, na primeira quinzena de novembro, na Sicília. (ANSA)