© Reuters / Muhammad Hamed
Entre 1945 e 2010, 20 dos 39 cardeais, bispos e seus auxiliares na Holanda teriam se envolvido em um esquema de acobertamento de casos de pedofilia dentro da Igreja Católica. Além disso, quatro deles teriam cometido crimes de abuso.
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A denúncia, que se segue aos escândalos em países como Irlanda, Chile, Austrália e Estados Unidos, foi publicada pelo jornal holandês "NRC", que diz que a cobertura permitiu que os sacerdotes continuassem "fazendo muito mais vítimas".
Segundo o diário, padres acusados eram apenas transferidos de paróquia. Uma porta-voz da Igreja Católica no país, Daphne van Roosendaal, disse que é possível "confirmar parte" da reportagem. "Os nomes de diversos bispos correspondem àqueles indicados em um relatório comissionado pela Igreja em 2010", acrescentou.
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Muitos dos prelados envolvidos já morreram, enquanto aqueles ainda vivos não quiseram se pronunciar. Escândalos de pedofilia abalaram o pontificado de Bento XVI e, a partir deste ano, se transformaram na maior crise da gestão de Francisco.
O próprio Papa, que pediu desculpas às vítimas em diversas ocasiões, é acusado por um arcebispo italiano, Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico em Washington, de ter acobertado abusos contra seminaristas adultos cometidos pelo ex-cardeal norte-americano Theodore McCarrick, afastado em julho passado.
Uma comissão formada por Jorge Bergoglio trabalha para combater os casos de pedofilia na Igreja, mas a falta de punições duras para a maior parte dos acusados é motivo de questionamentos contra Francisco.
Chile
O Papa expulsou do sacerdócio o padre Cristián Precht, figura emblemática da Igreja Católica chilena por defender os direitos humanos durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
O sacerdote, que completa 78 anos em 23 de setembro, virara alvo de denúncias em 2011, e uma investigação canônica recomendou sua expulsão. No entanto, o atual arcebispo de Santiago, Ricardo Ezzati, reduziu a pena para cinco anos de afastamento, encerrados em dezembro passado.
Contudo, Francisco decidiu aplicar a sentença mais severa do Direito Canônico por causa de novas denúncias contra Precht, divulgadas em outubro de 2017 e que o acusam de pedofilia contra alunos de um colégio privado católico. (ANSA)