© Ricardo Moraes/Reuters
Após oscilações no pregão, o dólar conseguiu se firmar em baixa ante o real nesta segunda-feira (17), com ambiente mais tranquilo no exterior e sem grandes novidades no cenário político.
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O dólar comercial recuou 0,98%, para R$ 4,1260. Na máxima, perto da abertura, bateu R$ 4,2050, repercutindo avanço da esquerda na corrida presidencial, captado pelo Datafolha de sexta-feira (14).
Na mínima foi a R$ 4,1180, já próximo do fechamento, após o mercado absorver a publicação de outras duas pesquisas ao longo do dia.
"O mercado continua muito nervoso e está reagindo a qualquer notícia, ou até à falta dela, demonstrando que pode estar um pouco perdido nessa leitura dos sinais políticos", diz Robério Costa, economista-chefe do Grupo Confidence.
Nesta segunda, pesquisa CNT/MDA, da Confederação Nacional do Transporte, mostrou crescimento nas intenções de voto a Jair Bolsonaro (PSL), de 18,3% em agosto para 28,2% agora. O deputado federal continua na liderança segundo o levantamento.
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Ele é seguido por Fernando Haddad (PT), com 17,6%, e Ciro Gomes (PDT), com 10,8%. O candidato do PSDB e preferido pelo mercado, Geraldo Alckmin, é o quarto colocado, com 6,1% das intenções de voto. Ele aparece tecnicamente empatado com Marina Silva (Rede), que tem 4,1% -a margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais, com 95% de nível de confiança.
Levantamento contratado pelo banco BTG Pactual também mostrou nesta segunda Bolsonaro na liderança e avançando -de 30% das intenções de voto na pesquisa anterior para 33%-, seguido por Haddad (de 8% para 16%) e Ciro (de 12% para 14%), empatados na margem de erro de dois pontos percentuais.
"Com o crescimento da candidatura de Fernando Haddad do PT e a manutenção de Ciro Gomes (PDT) nos mesmos patamares, parece que tem encurtado o campo para os demais candidatos irem ao segundo turno", afirmou o BTG em nota a clientes.
"Alckmin mais uma vez ficou parado, não dando ânimo a quem aguardava uma tendência de alta", acrescentou.Especialistas destacam, no entanto, que os números desta segunda não mostram tendências muito diferentes das relevadas pelo Datafolha, em que Bolsonaro liderava com 26%, seguido por Haddad (13%), numericamente empatado com Ciro.
Para Ribamar Rambourg, coordenador da área de análise política da Genial Investimentos, as pesquisas do BTG e da CNT confirmam a leitura a partir do Datafolha de que "a facada no Bolsonaro foi uma facada eleitoral no PSDB", em referência ao ataque sofrido pelo capitão reformado do Exército no último dia 6, em Juiz de Fora (MG).
"O ataque a Bolsonaro não gerou uma comoção generalizada, mas ajudou a consolidar seu eleitorado. Ele vinha sendo alvo do PSBD e acabou poupado por alguns dias. Enquanto isso, Alckmin está em um processo de enxugamento de votos que não sei se é possível reverter", afirma.
Rambourg destaca, no entanto, que a rejeição a Bolsonaro continua alta. "Não sei como ele vai lidar com isso num eventual segundo turno", diz. O analista vê ainda espaço para crescimento de Haddad. "Parece que caminhamos para um segundo turno entre Bolsonaro e Haddad, que surpreendeu com a trajetória rápida de absorção de votos. Muita gente ainda não o conhece, o que dá ao petista potencial de crescer.
"No exterior, o dólar perdeu força ante 23 das 31 principais divisas globais.
BOLSA
O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas no Brasil, teve forte alta de 1,8%, para 76.788 pontos, impulsionado pelo dia de vencimento de opções sobre ações -data limite para investidores decidirem se exercem ou não o direito de compra adquirido por contrato.
O giro financeiro somou R$ 12,336 bilhões, inflado pelo exercício de opções, de pouco mais de R$ 3 bilhões.
O Instituto FSB Pesquisa, responsável pelo levantamento do BTG, entrevistou, por telefone, 2.000 eleitores com idade a partir de 16 anos, nas 27 unidades da federação. O intervalo de confiança é de 95%.
A pesquisa da CNT foi realizada com 2.002 entrevistados em 137 municípios, entre os dias 12 e 15 de setembro, e foi registrada no TSE com o número BR-04362/2018. Com informações da Folhapress.