© Movimento de Teatro de Grupo de São Paulo/Divulgação
Nesta quinta-feira (20), cerca de 200 artistas mascarados ocuparam o Teatro Municipal de São Paulo, em protesto contra uma mudança da Prefeitura de São Paulo na Lei de Fomento. Segundo o presidente da Cooperativa de Teatro de São Paulo, Rudifran Pompeu, a escolha por tampar parte do rosto "era uma proposta estética de ocupação política de demonstração que o teatro é público". Além disso, ele afirmou que a GCM costuma criminalizar este tipo de ação, e, para não serem fichados, manifestantes colocaram as máscaras.
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A manifestação dentro do prédio durou poucos minutos, depois foi concentrada na escadaria do teatro e terminou na Prefeitura de São Paulo.
"Cultura não é mercadoria", diziam os manifestantes. O protesto foi uma resposta dos artistas após a Prefeitura de São Paulo, em julho, alterar a forma como devem ser compostas as comissões que selecionam os projetos.Para a votação, é formada uma comissão com sete pessoas.
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Quatro são indicadas pela prefeitura, as outras três da sociedade -geralmente, formada por membros da classe artística. A cada semestre, o edital dedicado à pesquisa contempla até 30 projetos inscritos. O total de recursos é de R$ 8,5 milhões e cada proposta não pode receber mais de R$ 1 milhão.
Agora, entende-se que cada proponente, ou seja, cada CNPJ, teria direito a apenas um voto para a comissão julgadora. Isso restringe a um os votos de todos artistas representados pela cooperativa.
A Cooperativa de Teatro de São Paulo, formada por 4.000 artistas e coletivos paulistas, foi acusada que dominar os votos. Para artistas, essa foi uma maneira de privilegiar outros trabalhos, comerciais, que a lei em princípio não atenderia. "Isso é entregar a cultura nas mãos dos empresários", disse o presidente da cooperativa paulista.
A Secretaria Municipal de Cultura informa que a Cooperativa Paulista de Teatro ingressou com ação judicial questionando o parecer da Procuradoria do Município, que interpretou a lei no sentido de que ela confere o direito de apenas um voto por proponente para compor a comissão que julga os projetos do Fomento ao Teatro. Agora, a pasta aguarda um processo está sob análise do poder judiciário. Com informações da Folhapress.