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Responsável pelo programa econômico de Geraldo Alckmin (PSDB), o economista Persio Arida tocou em dois temas delicados nesta sexta-feira (21), em São Paulo: disse que o subsídio dado ao diesel tem que acabar e não excluiu a possibilidade de privatizar a Caixa Econômica Federal.
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Ao falar de privatizações num futuro governo Alckmin, Arida excluiu apenas a Petrobras e o Banco do Brasil. "Não quero falar sobre Caixa", disse.
Entre as prioridades, citou a venda da Eletrobras e suas subsidiárias, os Correios, além da atuação "firme" na quebra de monopólios.
"Temos que privatizar refinarias e redistribuição, mas se isso for feito para uma única empresa privada é transferência de monopólio público para privado", disse ele.
A questão, afirmou Arida, é decidir como vender o ativos e se vai ser necessário cindi-los previamente ou não.
Arida disse também que o subsídio dado ao diesel está com os dias contados. "Ele tem que terminar, não tem discussão a respeito", afirmou.
Segundo ele, o que precisa ser pensado é o critério para o reajuste de combustíveis e, nesse sentido, haveria a necessidade de suavizar as oscilações dos preços dos derivados de petróleo, oferecendo uma espécie de compensação por meio de impostos.
"Quando o preço de petróleo e o câmbio subirem muito, a carga tem que cair. Quando os preços caírem, a carga tributária sobre os derivados sobe. E como a carga é federal e estatual é preciso acordo com os estados."
Arida também explicou melhor a proposta de Alckmin de criar um programa de crédito subsidiado para microempreendedor. "Para as regiões mais pobres, eu não tenho nada contra, mas no momento em que o Brasil tiver superávit", disse ele. As contas públicas apresentam déficit de 2014 e a previsão é que o quadro não se altere pelo menos até 2019.
Arida falou ainda que a vinculação do salário mínimo aos benefícios da Previdência precisa ser revista, acompanhando a produtividade, e que os 197 programas sociais hoje existentes precisam passar por um pente fino, concentrados em um único ministério.
Arida defendeu mandato fixo aos diretores do Banco Central e disse que Alckmin já prometeu há seis meses manter o atual presidente do BC, Ilan Goldfjan, e sua esquipe.
SPC
Arida negou um programa similar ao de Ciro Gomes (PDT) para ajudar a retirar o nome de inadimplentes do cadastro negativo, mas reconheceu que a promessa impulsionou a candidatura do pedetista.
"Com a anistia, no dia seguinte o spread bancário [a diferença entre o custo de captação dos bancos e os juros cobrados do consumidor] aumenta. E ainda diminui o valor dos bancos públicos no qual o Tesouro é acionista. O Brasil precisa parar com essa história de Refis, de anistia", afirmou.
Para Arida, a criação de um cadastro positivo ajudaria na queda do spread, assim como uma lei de garantias para empréstimos, o fim do crédito dirigido, a redução do crédito subsidiado e a diminuição de exigências para bancos estrangeiros entrarem no Brasil. Com informações da Folhapress.