© REUTERS/Nguyen Huy Kham
O Parlamento canadense aprovou por unanimidade nesta quinta-feira (27) uma moção para revogar a cidadania honorária à líder de Mianmar Aung San Suu Kyi, vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1991.
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A atual primeira conselheira de Estado e líder do governo recebeu a cidadania canadense em 2007 por sua atuação no processo de transição democrática no país asiático. O silêncio e a recusa em condenar a brutal repressão das forças de segurança e de grupos budistas contra a minoria muçulmana rohingya motivou, segundo a imprensa canadense, um crescente movimento pela revogação.
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O porta-voz do governo, Adam Austen, afirmou que o Canadá continuará a apoiar os rohingyas, oferecendo ajuda humanitária, impondo sanções contra os generais de Mianmar e exigindo que os responsáveis sejam julgados pelos seus atos em organismo internacional competente.
Em maio, Ottawa prometeu uma ajuda adicional de cerca de US$ 230 milhões, durante três anos, para melhorar as condições de vida dos rohingyas nos campos de refugiados de Bangladesh.
Em junho, a ONG Anistia Internacional a morte de centenas de integrantes da minoria pelas forças de segurança de Mianmar.
Segundo um relatório da entidade, o Exército do país asiático cercou aldeias habitadas por membros da etnia e disparou contra quem tentava fugir, além de queimar casas com pessoas dentro, incluindo idosos, doentes e deficientes. Em alguns vilarejos, mulheres e jovens foram sequestradas e estupradas pelos militares.
Para elaborar seu relatório, a Anistia ouviu mais de 120 rohingyas, muitos dos quais descreveram seus agressores com uniformes que correspondem àqueles usados pelo Comando Ocidental de Mianmar. Os rohingyas são considerados "imigrantes" no país, que tem maioria budista, e não podem acessar serviços básicos de saúde e educação. (ANSA)