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Subiu neste domingo (30) para 832 o número de mortos no terremoto seguido de tsunami na ilha de Sulawesi, na Indonésia, e autoridades temem que o saldo deve crescer ainda mais à medida que equipes de resgate atinjam comunidades até agora isoladas pela falta de comunicação e de ajuda. Outras 540 pessoas ficaram feridas e 29 estão desaparecidas.
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Dezenas de pessoas estão presas sob os escombros de hotéis e de um shopping center em Palu, que foi atingida por ondas de até seis metros após o sismo de magnitude 7,5, na última sexta (28). Equipes de resgate estão esperando a chegada de maquinário pesado para poder fazer buscas nos locais com segurança. Enquanto isso, tentam dar água e alimento a algumas das vítimas, cujas vozes se ouvem pedindo ajuda para sair.
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Uma mulher foi retirada com vida dos destroços do hotel Roa Roa, onde estima-se que cerca de 60 pessoas estejam soterradas. Centenas de pessoas se aglomeravam em torno do Tatura Mall, de oito andares, em busca de seus familiares e amigos. A maioria das mortes confirmadas até o momento ocorreu em Palu. Mas autoridades se preocupam com a região de Donggala, com cerca de 300 mil pessoas e próximo ao epicentro do terremoto, além de dois outros distritos, que estão sem comunicação desde sexta. "Não recebemos nenhum relato dessas três áreas. Não há comunicação nem energia. Não sabemos certamente qual é o impacto", afirmou Sutopo Purwo Nugroho, porta-voz a agência de controle de desastres da Indonésia (BNPB). Vídeo dos arredores de Donggala divulgado pela Cruz Vermelha indonésia mostrava cenas de devastação, com casas totalmente destruídas.
O Itamaraty informou no sábado (29) que não há registro de brasileiros vitimados pelo desastre. Cinco estrangeiros -três franceses, um sul-coreano e um malaio- estão entre os desaparecidos.
O presidente indonésio, Joko Widodo, visitou neste domingo um abrigo em Palu e pediu paciência. "Eu sei que são muitos os problemas que precisam ser resolvidos rapidamente, incluindo comunicação", disse. O presidente afirmou que a região será reconstruída.
Questionado sobre a ocorrência de saques, o ministro de Assuntos Internos, Tjahjo Kumolo, pediu que autoridades locais ajudem os moradores a obter comida e água e afirmou que os lojas afetadas serão ressarcidas. Imagens de TV mostravam pessoas gritando "estamos com fome" enquanto soldados distribuíam comida e gente saindo de lojas e shoppings com sacolas cheias.
A agência de meteorologia da Indonésia (BMKG) emitiu um alerta de tsunami após o terremoto, mas o retirou 34 minutos depois, motivo pelo qual tem sido amplamente criticada.
A BMKG afirmou ter seguido o procedimento padrão com base na informações disponíveis do sensor de maré mais próximo, a 200 km de Palu.
A Indonésia costuma sofrer com terremotos. Em agosto, uma série de sismos matou quase 500 pessoas na ilha turística de Lombok. Segundo a BNPB, Palu foi atingida por tsunamis nos anos de 1927 e 1968. Um tremor de magnitude 9,1 em 2004 próximo da costa do país causou o tsunami que deixou mais de 220 mil mortos na região. Com informações da Folhapress.