Um ano depois de um referendo sobre a independência da região ter sido marcado pela repressão policial, a Catalunha voltou a viver momentos de grande tensão, com nova carga policial contra os independentistas.
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O momento de maior tensão verificou-se durante a noite, junto ao parlamento catalão, quando mais de uma centena de manifestantes tentaram entrar no interior do edifício. “Mossos carregam para evitar que radicais independentistas ocupem o parlamento”, escreve a edição online do El País.
A manifestação, convocada pela Plataforma 1-Outubro, referência ao referendo considerado ilegal pela justiça espanhola, juntou várias entidades e associações, desde a ANC, a Òmnium e aos Comitês de Defesa da República, juntas na exigência da “validação do resultado do referendo” sobre a independência, conforme descreve o La Vanguardia.
Os líderes dos partidos independentistas foram discursando durante o dia, reiterando a vontade de prosseguir o caminho de 1 de outubro de 2017 e exigindo a libertação do que consideram presos políticos. No entanto, os principais partidos independentistas, ERC, de Roger Torrent, presidente do parlamento, e PdeCAT, do presidente Quim Torra, parecem ter esgotado a paciência dos setores mais radicais do independentismo catalão, que exigiram a demissão do governo.
“Onde está a república?”, “políticos, sejam dignos do seu povo, menos palavras e mais desobediência”, foram alguns dos slogans ouvidos durante a manifestação.
Ao fim da noite, as autoridades temeram o pior quando se ouviram gritos de “ocupemos o parlamento”, seguidos de arremesso de ovos. Após momentos de incerteza, com vários elementos dos Mossos d’Esquadra fechados dentro do parlamento, chegaram reforços e as autoridades investiram sobre os manifestante, tendo ainda disparado balas de espuma.
Durante a manhã de segunda-feira, separatistas bloquearam estradas e linhas de comboio em vários locais de Barcelona.
Um ano depois do referendo considerado ilegal por Madrid, marcado pela repressão policial, a Catalunha continua dividida entre independentistas e unionistas.