© Antara Foto Agency/Reuters
O número de mortos causados pelo terremoto seguido de tsunami que atingiu a região de de Palu, capital da província de Sulawesi Central, na Indonésia, chegou a 1.347, segundo autoridades locais.
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O sismo causou ondas de até seis metros de altura, que destruíram prédios e arremessaram barcos para dentro da cidade. Pelo menos 62 mil pessoas ficaram desabrigadas e centenas estão gravemente feridas.
O serviço de proteção civil afirma que ainda há muitas pessoas soterradas por escombros nas cidades de Sigi e Balaroa, o que faz as autoridades acreditarem que o número de vítimas ainda deve aumentar.
Enterros em massa estão sendo feitos para conter a proliferação de doenças nas áreas atingidas. Um avião com 12 mil litros de combustível e caminhões com comida enviados pelo governo chegaram sob a escolta de policiais.
Os esforços de socorro estão concentrados em Palu, cidade que tem 380 mil habitantes e que está localizada em uma área de mais fácil acesso que os outros locais atingidos, o que aumenta a chance de encontrar sobreviventes. "Nós nos sentimos como filhos bastardos, porque toda a ajuda está indo para Palu", disse um sobrevivente da província de Donggala, à agencia de notícias "Associated Press".
As autoridades estão priorizando as buscas em grandes prédios da região, como hotéis. O governo estima que 67 mil edificações tenham desabado com os tremores da última sexta-feira (28). "Todos estão com fome depois de muitos dias sem comer", disse o chefe da administração de Donggala, onde o socorro do governo ainda não chegou. "Dê atenção a Donggala, senhor Jokowi", gritou um morador, dirigindo-se ao presidente da Indonésia, Joko Jokowi Widodo, em uma rede de televisão local.
Novo tremor
A ilha de Sumba, que tem 750 mil habitantes, registrou nesta terça-feira (2) um réplica de tremor de magnitude 6,3 às 7h59 no horário local (21h50 de segunda-feira, em Brasília). Segundo o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) italiano e o Serviço Geológico norte-americano (USGS), o epicentro foi detectado no mar, a 15 quilômetros de profundidade e 30 quilômetros ao sul da cidade de Nggongi. Ainda não há informações sobre vítimas e danos materiais. O abalo não causou alerta de tsunami.
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Mais de 25 países ofereceram ajuda à Indonésia, após apelo do presidente Widodo, mas poucas equipes já chegaram às áreas atingidas. O Reino Unido anunciou que vai enviar o navio militar "HMS Argyll", o avião Airbus A400M, além de uma equipe de especialistas em buscas em escombros, segundo o Ministério da Defesa de Londres, para ajudar nas buscas.
O governo de Malta também anunciou o envio de uma equipe com médicos, paramédicos e enfermeiros, além de água e produtos de higiene. O primeiro-ministro australiano, Scott Morrisson, anunciou nesta terça-feira (2) ajudas que somam US$ 360 mil e avalia uma segunda remesssa.
Autoridades do governo informaram que cerca de 1,2 mil presos fugiram de pelo menos três prisões durante a confusão. Além disso, sobreviventes da tragédia estão saqueando lojas de alimentos para conseguir água e comida. Nesta terça-feira, a polícia teve de usar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para conter um grupo de pessoas que tentaram assaltar um mercado em Palu. Os agentes faziam plantão na porta do estabelecimento e foram pressionados por dezenas de pessoas a liberarem a porta. Algumas pessoas atiraram pedras nos policiais por não permitirem o acesso.
O desastre ocorreu pouco tempo depois de as autoridades da Indonésia terem retirado um alerta de tsunami após o terremoto, que teve magnitude 7.5 na escala Richter e foi registrado a 80 quilômetros da costa. O erro pode ter atrasado a evacuação das áreas de risco.
A cidade de Palu, a mais atingida pela tragédia, fica em uma baía estreita, o que pode ter amplificado a força das ondas, que chegaram à costa com 6 metros de altura. O arquipélago da Indonésia tem 260 milhões de pessoas e mais de 17 mil ilhas que abrangem uma distância comparável à de Nova York a Londres. (ANSA)