© Tony Gentile/Reuters
O papa Francisco inaugurou hoje (3) o Sínodo dos Bispos, que terá como tema "os jovens, a fé e o discernimento vocacional". O evento teve início com a missa na Praça de São Pedro, depois seguiu para os trabalhos no Salão do Sínodo. Um evento que quer ir além da difícil crise que a Igreja está vivenciando por causa do escândalo de pedofilia, e também pelos ataques contra Jorge Mario Bergoglio.
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Como primeiro pedido, o Papa alertou para que os jovens não sejam esmagados pelos pecados e profetas da desgraça, mas que renovem sonhos e esperanças para não ficar "nas mãos dos mercadores da morte". Além disso, ele citou o poeta alemão Friedrich Holderlin. "O homem deve manter o que prometeu quando criança".
O momento mais comovente da manhã foi quando Francisco saudou os dois bispos chineses que, pela primeira vez na história, participaram do Sínodo. A partir de hoje até 28 de outubro, 267 padres sinodais serão reunidos para encurtar as distâncias entre a Igreja e o mundo da juventude, para encontrar novas línguas, abordar os temas sobre sexo e gênero sem tabu, entender por que tão poucos jovens hoje respondem ao chamado de Deus.
"Uma crítica honesta e transparente é construtiva e ajuda, embora não seja tagarelice inútil, rumores, ilusões ou preconceitos", sublinhou o Pontífice. O líder da Igreja Católica também pediu para evitar o clericalismo, aquela sensação de elites que muitas vezes toca clérigos. "Clericalismo é uma perversão e é a raiz de muitos males na igreja. Devemos humildemente pedir perdão e, sobretudo, criar as condições para não ser repetido".
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Na homilia da manhã, Francisco não havia abordado os erros e pecados que afetam a Igreja, desde o escândalo mais grave de pedofilia. No entanto, ele pediu a graça de "ser memória ativa, viva e eficaz, que uma geração não se deixe sufocar pelos profetas de calamidades e infortúnios, nem por nossas limitações, erros e pecados, mas que seja capaz de encontrar espaços para inflamar o coração e discernir os caminhos do Espírito".
Em seguida, o Papa convidou todos a olharem para as dificuldades da geração mais jovem, pedindo para "reverter as situações de insegurança, exclusão e violência que são expostos". O Pontífice ainda pediu para os fiéis lutarem contra o que impede a vida dos jovens de se desenvolver com dignidade. "Peço que não deixem eles sozinhos, nas mãos de tantos mercadores da morte que oprimem suas vidas e obscurecem sua visão".
Desta forma, o Sínodo deve ser uma oportunidade para "expandir horizontes, abrir os nossos corações e transformar as estruturas que agora paralisam, nos dividem e nos separam dos jovens, deixando-os expostos aos elementos e órfãos de uma comunidade de fé para apoiá-los, um horizonte de sentido e vida". Os jovens pedem para ser ouvidos, "sem estereótipos e sem preconceitos". "Sobre isto a Igreja está endividada", finalizou. (ANSA)