Senado dos EUA decide levar caso Kavanaugh a votação final

Placar preliminar foi de 51 a 49

© REUTERS/Jim Bourg

Mundo abuso sexual 05/10/18 POR Ansa

O Senado norte-americano decidiu nesta sexta-feira (5) que o juiz norte-americano Brett Kavanaugh está apto a passar por votação da Casa sobre a indicação à Suprema Corte do país. O magistrado é acusado de abuso sexual por três mulheres, em casos supostamente ocorridos durante os anos 1980. Após analisarem investigação do FBI, que ouviu amigos do juiz e outras testemunhas indicadas pela defesa, os senadores decidiram por 51 votos a 49 levar o tema para votação final, que deve ocorrer neste sábado.

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"Estou muito orgulhoso do Senado norte-americano por ter votado "sim" para prosseguir com a nomeação do juiz Brett Kavanaugh", tuitou o presidente norte-americano, Donald Trump. O placar da votação fez valer a maioria republicana na Casa, que apoiou a indicação feita pelo magnata republicano. O resultado não garante a nomeação de Kavanaugh, já que ainda há parlamentares indecisos, como os senadores democratas Joe Manchin e Jeff Flake, além da republicana Lisa Murkowsky, que votaram a favor da submissão do nome do magistrado ao Plenário.

O líder da minoria democrata, Chuck Schumer, afirmou que "eles [os republicanos] têm um indicado com falhas" e "usaram todas as táticas possíveis para colocar um juiz conservador na Suprema Corte". Para ele, a nomeação "será um dos mais tristes e sórdidos capítulos da longa história da Justiça federal".

O presidente da Comissão do Senado que analisou o caso, o republicano Chuck Gassley, afirmou que "não houve indício de má conduta" do juiz após a investigação realizada pelo FBI e acusou "grupos de esquerda financiados por fontes obscuras de dinheiro" de tentarem tirar de Kavanaugh a nomeação."Nós temos que admirar a vontade do juiz Kavanaugh em servir o país apesar da forma como ele vem sendo tratado", tuitou Gassley.

Em artigo publicado nesta quinta-feira (5) no "Wall Street Journal", o magistrado reiterou sua inocência e disse que esteve "muito emotivo na última quinta-feira (28, dia em que foi ouvido pelo Senado), mais do que nunca". "Espero que todos possam entender que eu estava lá como filho, marido e pai", escreveu.

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Prisões

Milhares de pessoas se reuniram nesta quinta-feira (4) em Washington para protestar contra a nomeação de Kavanaugh. A manifestação contou com a presença de diversas organizações feministas e de defesa dos direitos civis na tentativa de barrar a nomeação do juiz norte-americano. Pelo menos 300 pessoas foram presas por protestar no saguão de um prédio do Senado. A comediante norte-americana, Amy Schumer, e a modelo Emily Ratajkowsky estavam entre as pessoas detidas. Um vídeo mostra momento da detenção.

"Hoje fui presa protestando contra a indicação à Suprema Corte de Brett Kavanaugh, um homem que foi acusado pro várias mulheres de agressão sexual. Homens que machucam mulheres não podem mais ser colocados em posições de poder", tuitou Ratajkowski, que atuou ao lado de Schumer no filme "Sexy por Acidente" lançado neste ano. Os protestos foram classificados por Donald Trump como protagonizados por "profissionais pagos" pelo bilionário húngaro-americano George Soros, ao que o mandatário não ofereceu maiores detalhes.

Kavanaugh foi acusado pela primeira vez pela professora de psicologia da Universidade de Palo Alto da Califórnia, Christine Blasey Ford, a qual alega que o juiz a agrediu sexualmente durante uma festa quando os dois ainda eram adolescentes no Ensino Médio. Outras duas mulheres acusaram o juiz de agressão sexual. Deborah Ramirez, uma antiga colega de Kavanaugh na Universidade de Yale, acusa o juiz de forçá-la a tocar suas partes íntimas durante uma festa nos anos 1980. Outra ex-estudante, Julie Swetnick, afirma que foi vítima de um estupro em grupo durante uma festa em que o magistrado e seu amigo, Mark Judge, estavam presentes.

Para ser aprovado, Kavanaugh precisa de maioria simples no Senado, o que representa pelo menos 60 votos. O partido republicano, que apoia a indicação do presidente Donald Trump, tem 51 senadores, dos quais três ainda se consideram indecisos.

Os votos restantes podem vir da bancada democrata e dos dois senadores independentes da Casa. A votação definitiva deve ocorrer neste sábado. Caso haja empate, a decisão caberá ao vice-presidente Mike Pence, que deve confirmar a nomeação. (ANSA)

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