Flávio Dino derrota Roseana Sarney e é reeleito no Maranhão

Roseana tentou se associar a Lula este ano

© Agência Brasil

Política Governo 07/10/18 POR Folhapress

Flávio Dino (PC do B), 50, foi reeleito governador do Maranhão neste domingo (7) com 59% dos votos válidos. Ele teve com principal adversária a ex-governadora e ex-senadora Roseana Sarney (MDB), 65, com 29%, filha do ex-presidente José Sarney, e consolidou a hegemonia em um estado que por anos foi dominado pelo grupo dos Sarney.

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Diferentemente de 2014, quando eleito pela primeira vez, Dino pôde em 2018 pegar carona na popularidade do ex-presidente Lula no Nordeste, já que o PT oficialmente fez parte da coligação de 16 partidos -embora que, para aliados, a reeleição ocorreria mesmo sem o apoio de Lula. Quatro anos atrás, o PT esteve ao lado de Lobão Filho, do MDB, derrotado por Dino em primeiro turno.

Roseana também tentou se associar a Lula este ano, pegando o recall de parcerias recentes do MDB com o PT no estado e no cenário nacional, mas não funcionou. Não ajudou nem mesmo o fato de José Sarney ter retornado seu domicílio eleitoral ao Maranhão após quase 30 anos votando e se elegendo pelo Amapá.

A campanha foi marcada principalmente por críticas dos adversários de Dino a programas como o Mais Asfalto, que liberou verbas para a pavimentação de ruas de dezenas de cidades maranhenses. O candidato do PSDB, o senador Roberto Rocha, citou por diversas vezes que Dino estava fazendo serviço que era responsabilidade de prefeituras.

Em 2017, em entrevista à Folha de S.Paulo, Dino disse que a população do Maranhão precisava de "serviço público" e era obrigação do governo ajudar.

O programa de asfaltamento, porém, deu dor de cabeça a Dino: em agosto a juíza eleitoral de Coroatá, Anelise Reginato, determinou a inelegibilidade do governador por abuso de poder econômico. A juíza afirmou que o programa Mais Asfalto foi usado na cidade do interior, em 2016, para beneficiar candidaturas de aliados de Dino na eleição municipal. Ele negou as acusações e recorreu, o que o permitiu concorrer à reeleição.

O foco da campanha de Dino foi a educação, com a promessa do aumento de número de escolas integrais, principalmente em áreas rurais. O Maranhão, segundo dados de 2016 do IBGE, é o estado brasileiro com maior número de pessoas vivendo em situação de pobreza, mais da metade da população (52,4%). Em seu programa de governo, Dino listou 65 promessas, destas 38 no capítulo "enfrentar as injustiças as sociais", como a criação de policlínicas e ajuda com recursos para reforma de moradias.

Dino foi por 12 anos juiz federal, período no qual presidiu a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), entre 2000 e 2002, e esteve também como secretário-geral do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em 2006 decidiu entrar para a política e foi eleito deputado federal para o mandato de 2007 a 2011.

Em 2008 tentou ser prefeito de São Luis, mas perdeu a eleição para João Castelo (PSDB), derrota que se repetiu em 2010 para o governo do Maranhão, quando Roseana Sarney venceu no primeiro turno. Entre 2011 e 2014 foi presidente da Embratur, nomeado pela então presidente Dilma Rousseff. Em 2014 se elegeu governador do Maranhão mesmo sem o apoio do PT.

Em abril de 2017 foi acusado em delação por José de Carvalho Filho, ex-funcionário da Odebrecht, de pedir R$ 400 mil em 2010 para sua primeira campanha ao governo do Maranhão, em troca defenderia projeto de lei que beneficiaria a construtora -ele negou as acusações. O caso foi arquivado no STJ em agosto de 2017 a pedido da Procuradoria-Geral da República, que disse não ter encontrado provas. Na época o irmão do governador, Nicolao Dino, era vice-procurador-geral eleitoral e um dos principais assessores do procurador-geral Rodrigo Janot. Com informações da Folhapress. 

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