© Reprodução / Anhanguera
Após ter sido refém de presos por mais de 24 horas, a professora Elisângela Mendes Sobrinho revela que vai continuar dando aulas para detentos. A docente foi feita refém durante uma fuga em massa no presídio Barra da Grota, em Araguaína, Tocantins, na última terça-feira (2). Na ocasião, 28 presos fugiram, nove foram mortos em confronto com a polícia, sete recapturados e 12 seguem foragidos.
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Em entrevista à TV Anhanguera, Elisângela afirmou: "Acredito sim na ressocialização. Acredito que a educação vai transformar as pessoas".
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A educadora contou detentos que não eram alunos dela entraram na sala sem ser convidados. Eles foram retirados pelos agentes penitenciários, mas voltaram logo depois armados. "Já entrou um detento com a arma na mão. Meus alunos estavam ali também, no meio. E eles me protegiam, falavam: 'Nós não vamos deixar nada acontecer com a senhora'".
A professora foi levada pelos presos, com uma faca no pescoço, até o portão da unidade. Ela ficou em poder dos criminosos por mais um dia inteiro.
O G1 refere que um dos momentos mais dramáticos foi durante o primeiro confronto entre os fugitivos e a polícia. "Um detento estava segurando o meu pescoço com a faca. E ele levou um tiro na cabeça", contou Elisângela.
A professora lembrou ainda o pior momento. "A pior situação foi quando de madrugada, eu tive que atravessar o rio, e eu não sei nadar. 'Me deixa aqui, por favor. Se eu atravessar eu vou morrer'. Eles disseram que não, que eu teria que ir".
O Governo do Tocantins diz que ainda não sabe exatamente onde foi o problema. "A gente ainda não avaliou pra saber o erro, o momento exato que isso aconteceu. A gente vai ver depois da recaptura qual parte do procedimento que foi errado".