© José Cruz/Agência Brasil
No próximo 28 de outubro, além dos candidatos à Presidência Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), outros 28 candidatos a governador disputarão o segundo turno das eleições em 13 estados e no Distrito Federal.
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Quem ficou em segundo na corrida vai lutar contra um histórico difícil: desde 1990, apenas 31% das eleições em segundo turno foram decididas por virada: 29 casos em 94 segundos turnos.
Na presidência, Haddad parte de um desfavorável 29,3% contra 46% de Bolsonaro. Embora raras vezes, os estados já presenciaram viradas até maiores nas disputas pelo governo.
Foi o caso do tucano Eduardo Azeredo em Minas Gerais, em 1994, que terminou o primeiro turno 21 pontos percentuais atrás do primeiro colocado, Hélio Costa (PP). O resultado foi 48,3% contra 27,2%. Na segunda fase, no entanto, Azeredo surpreendeu e conseguiu terminar com 58,6% dos votos válidos.
Quatro anos antes, em São Paulo, Paulo Maluf (à época no PDS) venceu o primeiro turno com 43,5% dos votos, bem à frente de Luiz Antônio Fleury Filho (PMDB), que terminou com 28,2%. Mas Fleury conseguiu reverter e levou, de forma apertada, o governo paulista com 51,8% dos votos.
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Nas eleições mais recentes, essas grandes viradas se tornaram mais raras. Mas em 2006 chamou atenção a virada de Jackson Lago (PDT) no Maranhão, que terminou o primeiro turno com 34,4% dos votos válidos. quase 13 pontos percentuais abaixo de Roseana Sarney (PFL). Lago virou a disputa com 51,8% dos votos válidos no segundo turno.
Em 2014, a maior virada ocorreu no RN. Henrique Eduardo Alves (PMDB) venceu o primeiro turno com cinco pontos de diferença sobre Robinson Faria (PSD), mas perdeu no segundo turno.
Nesta eleição, enfrentará o cenário mais adverso Rodrigo Rollemberg (PSB), no DF, que terminou com 13,9% dos votos válidos e precisará enfrentar Ibaneis (MDB), que ficou com 42%. RJ aparece na sequência, com uma diferença de 22,7 pontos, seguido de Sergipe (19,3) e Pará (17,5).
Em outros quatro estados a diferença é superior a dez pontos: RN, MG, MS e SP –onde a última vez que a eleição foi para o segundo turno foi em 2002.
Quatro dos sete governadores que tentam renovar o mandato já começam em segundo lugar: Márcio França (PSB), em SP; Amazonino Mendes (PDT), no AM; José Ivo Sartori (MDB), no RS; e Rodrigo Rollemberg (PSB), no DF.
Em três estados, os governadores saíram em vantagem: Amapá (com Waldez Góes, do PDT), Sergipe (Belivaldo Chagas, do PSD) e Mato Grosso do Sul (Reinaldo Azambuja, do PSDB).
ESTADOS COM SEGUNDO TURNO:
DF: Ibaneis (MDB) 41,97% no primeiro turno x Rodrigo Rollemberg (PSB) 13,94%
RJ: Wilson Witzel (PSC) 41,28% x Eduardo Paes (DEM) 19,56%
SE: Belivaldo (PSD) 40,84% x Valadares Filho (PSB) 21,49%
PA: Helder (MDB) 47,69% x Marcio Miranda DEM) 30,21%
RN: Fatima Bezerra (PT) 46,17% x Carlos Eduardo (PDT) 32,45%
MG: Romeu Zema (Novo) 42,73% x Antonio Anastasia (PSDB) 29,06%
MS: Reinaldo Azambuja (PSDB) 44,61% x Juiz Odilon (PDT) 31,62%
SP: João Doria (PSDB) 31,77% x Marcio França (PSB) 21,53%
RO: Expedito Junior (PSDB) 31,59% x Coronel Marcos Rocha (PSL) 23,99%
RS: Eduardo Leite (PSDB) 35,9% x José Ivo Sartori (MDB) 31,11%
RR: Antonio Denarium (PSL) 42,27% x Anchieta (PSDB) 38,78%
AP: Waldez (PDT) 33,55% x Capi (PSB) 30,1%
SC: Gelson Merísio (PSD) 31,12% x Comandante Moisés (PSL) 29,72%
AM: Wilson Lima (PSC) 33,73% x Amazonino Mendes (PDT) 32,74%