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A larga vantagem de Jair Bolsonaro (PSL) sobre Fernando Haddad (PT) no primeiro turno e os resultados expressivos de apoiadores do deputado no Congresso levaram a Bolsa brasileira a subir mais de 4% nesta segunda-feira (8) e atingir volume recorde de negociação. O dólar recuou mais de 2% e agora ronda o patamar de R$ 3,75.
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O Ibovespa avançou 4,57%, a 86.083. O volume financeiro no pregão somou R$ 29 bilhões de reais, recorde para um dia em sessão sem vencimento de opções. O giro recorde, de 17 de dezembro de 2014, foi de R$ 44 bilhões, em dia de exercício de opções. Excluindo-se o exercício, o volume no mercado à vista naquela data somou R$ 26 bilhões de reais, máxima histórica anterior.
Além disso, o real foi a moeda emergente que mais ganhou força ante o dólar nesta segunda. A moeda americana caiu 2,35%, a R$ R$ 3,7670. Na mínima, foi negociada a R$ 3,7110.
Nas mesas de negociação, a vitória de Bolsonaro no segundo turno, em 28 de outubro, é dada como certa, e analistas do mercado financeiro destacam que o capitão reformado do Exército provavelmente terá maioria no Congresso para aprovar reformas, algo que até então era motivo de preocupação.
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"O primeiro turno da eleição presidencial deixou Bolsonaro em uma surpreendente boa posição para se tornar o próximo presidente brasileiro. Bolsonaro é o candidato mais pró-mercado, defendendo reformas necessárias e privatizações no país. Enquanto continuamos acreditando que a economia brasileira seguirá em recuperação lenta apesar do resultado da eleição, o resultado do primeiro turno será positivo", escreveu Alejandro Hardziej, analista de renda fixa do Julius Baer.
No domingo, eleitores deram 46,04% dos votos válidos a Bolsonaro, enquanto o petista Fernando Haddad, que vai disputar com ele o segundo turno, ficou com 29,26%. O PT ficou com 57 cadeiras na Câmara dos Deputados, a maior bancada, e o PSL, com 51.
"A principal dúvida que existe é a governabilidade. Quando tem Congresso com essa surpresa positiva, do PSL com bancada maior, começa a apontar para governabilidade maior do que se diria", diz o analista chefe da XP Investimentos, Karel Luketic.
"O PSL fez a segunda maior bancada da Câmara, agora o mercado começa a ver possibilidade de governo", acrescenta Victor Candido, da Guide, que projeta ainda uma aproximação de políticos dos partidos tradicionais, como DEM, MDB e PSDB, de um eventual governo Bolsonaro após a redução de suas bancadas.
"Independentemente de quem vença, o novo presidente terá que formar alianças no Congresso que permitam a aprovação de reformas fiscais -especialmente a da Previdência- para que se encaminhe uma fragilidade fundamental no perfil de crédito do Brasil", disse Samar Maziad, vice-presidente e analista sênior da Moody's em nota.
Investidores abraçaram a candidatura de Bolsonaro sob a fiança do economista liberal Paulo Guedes depois que perceberam que o tucano Geraldo Alckmin não conseguiria decolar na preferência dos eleitores.
No domingo (7), Bolsonaro gravou um vídeo em que comentou o resultado do primeiro turno ao lado de Guedes (e não seu vice, General Mourão, ou dos filhos), o que foi destacado pelo mercado como mais um sinal de comprometimento com a agenda liberal do economista.
O otimismo também tem feito com que corretoras e bancos elevem suas apostas de alta do Ibovespa. Em relatório a clientes, o BTG Pactual escreveu que o favoritismo de Bolsonaro pode levar o índice a 90 mil pontos enquanto uma vitória do deputado abriria espaço para chegar aos 105 mil pontos (alta de 28% em relação aos atuais patamares).
A Guide projeta Ibovespa a 94 mil pontos, enquanto a XP também chega perto dos 100 mil pontos.
ESTATAIS
A alta deve vir do desempenho das estatais, que puxaram os 10% de ganho do Ibovespa na última semana.
Os papéis do Banco do Brasil acumulam ganho de quase 40% em uma semana, negociados a R$ 39,27. A valorização da Petrobras supera os 25% no período, enquanto papéis da Eletrobras têm 50% de alta.
"Petrobras é um papel que vinha barato comparado com pares internacionais. E aí teve sinalização positiva do ponto de vista política, o que fez o mercado olhar para o Brasil. Outras ações são mais por euforia. [A alta da] Eletrobras não tem fundamento nos números da empresa", diz Nicolas Takeo, analista da Socopa. Com informações da Folhapress.