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Jornalistas que fazem a cobertura eleitoral foram alvo de 137 casos de violência neste ano, entre agressões físicas e no meio digital.
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Segundo levantamento da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo), foram 75 ataques por meios digitais e outros 62 casos de violência física.
A maioria das ocorrências em meio digital (91%) são de exposição indevida de comunicadores, quando os agressores compartilham fotos ou perfis apontando que o profissional segue uma determinada ideologia e, assim, incentivam hostilidades em massa. As agressões ocorrem em especial no Facebook e no Twitter.
Entre os autores de violações contra jornalistas no meio digital estão pessoas públicas e políticos, como o economista Rodrigo Constantino, o humorista Danilo Gentili, os deputados federais eleitos Eduardo Bolsonaro e Joice Hasselmann –ambos do PSL-SP– e os procuradores Marcelo Rocha Monteiro (MP-RJ) e Ailton Benedito (MPF-GO).
Em um desses ataques, a repórter Marina Dias, da Revista Encontro, com sede em Belo Horizonte, foi hostilizada ao ser confundida com a repórter da Folha de S.Paulo de mesmo nome que publicou reportagem sobre a ex-mulher do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) ter afirmado ao Itamaraty, em 2011, que foi ameaçada de morte por ele. A onda de hostilidades começou após uma postagem feita por Gentili no Twitter.
Já as ocorrências físicas estão relacionadas a coberturas de eventos de grande repercussão ligados às eleições.
Em um deles, a cobertura da prisão do ex-presidente Lula, em abril, 19 profissionais de comunicação de diferentes veículos foram hostilizados ou agredidos por apoiadores do petista em Brasília, Belo Horizonte e São Bernardo do Campo, entre os dias 5 e 7 de abril.
Poucos dias antes, em 27 de março, a caravana de ônibus do ex-presidente foi atacada a tiros em Quedas do Iguaçu (PR) - 26 jornalistas estavam em um dos veículos. "Só o acaso evitou a consumação de uma tragédia", apontou a Abraji na época.
O novo levantamento já inclui dois casos de violência que aconteceram nesta semana.
A jornalista Miriam Leitão, da TV Globo, foi hostilizada nas redes sociais por apoiadores de Bolsonaro após dizer nesta segunda (8) que o capitão reformado representa um risco à democracia.
No último domingo (7), uma jornalista do portal NE10 foi agredida e ameaçada de estupro em Recife depois que dois homens notaram seu crachá, após deixar seu local de votação. Um deles estava usava uma camiseta com a foto de Bolsonaro.
"Ofensas, assédio e ameaças a jornalistas com o objetivo de silenciá-los são sintomas de desprezo pela democracia. O direito à informação, essencial para toda a sociedade, fica comprometido quando profissionais da imprensa são impedidos de exercer seu ofício livremente", afirma a Abraji, em nota.
Um outro levantamento feito pela Abraji, a partir de dados disponíveis no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), apontou que apenas 5 dos 13 candidatos à Presidência faziam alguma menção a liberdade de imprensa ou de expressão em seus programas de governo. Com informações da Folhapress.