FMI pede a países que não revertam reformas adotadas após crise global

O apelo ocorre a partir do diagnóstico de que a estrutura dos mercados está mais robusta do que a de dez anos atrás

© Reuters

Economia RELATÓRIO 10/10/18 POR Folhapress

Uma década após a pior crise financeira global desde a grande depressão de 1929, o FMI (Fundo Monetário Internacional) diz que os países devem resistir aos clamores para reverter as reformas regulatórias adotadas para impedir que os mercados enfrentem uma nova recessão.

PUB

O apelo ocorre a partir do diagnóstico de que a estrutura dos mercados está mais robusta do que a de dez anos atrás, mas talvez ainda não seja forte o suficiente para enfrentar alguns contratempos que o Fundo vislumbra no horizonte.

No relatório "Uma década após a crise financeira global: estamos mais seguros?", o Fundo reconhece que uma nova estrutura de mercado surgiu uma década após a crise.

Mas avalia que o novo ambiente institucional ainda precisa ser testado sob condições mais adversas para que sua resistência seja confirmada. Segundo o FMI, isso melhorará a habilidade do sistema financeiro de absorver um choque adverso, em vez de propagá-lo.

Sem um teste que confirme a solidez da estrutura criada, os governos deveriam manter, e não desmontar, o arcabouço regulatório pós-crise, defende o Fundo. Nos EUA, algumas regras foram revertidas para dar mais flexibilidade a instituições financeiras de menor porte.

"Conforme nuvens se juntam no horizonte, é crucial para países no mundo completarem e implementarem a agenda de reforma regulatória global e resistirem ao chamado de reverter reformas", diz Tobias Adrian, conselheiro financeiro do FMI, no prefácio do relatório.

Entre as nuvens identificadas, estão uma recuperação econômica mundial heterogênea e que contribuiu para o aumento da desigualdade global, alimentando medidas focadas apenas no cenário doméstico, o que gerou maior incerteza política.

Como resultado dessa desigualdade na retomada, tensões comerciais afloraram, e uma escalada adicional pode afetar o sentimento do mercado e prejudicar significativamente o crescimento global, diz o FMI. O organismo advertiu para a diminuição do apoio ao multilateralismo, "um caminho perigoso que pode minar a confiança na habilidade dos políticos de responder a futuras crises."

Esse cenário torna ainda mais vulneráveis economias emergentes, ainda afetadas pela combinação de aumento de juros nos EUA, um dólar mais forte e a intensificação das disputas comerciais que levam à retirada de capital de mercados emergentes.

Até agora, o apetite global por risco mascarou os desafios que os emergentes poderiam enfrentar se as condições financeiras no mundo piorarem agudamente, diz o Fundo.

+ Inflação anual na Venezuela chega a 81.000%

A análise de fluxo de capital do FMI sugere que, com uma probabilidade de 5%, as economias emergentes (com exceção da China) poderiam enfrentar saídas de capital de US$ 100 bilhões no médio prazo, ou mais ainda num período de quatro trimestres (0,6% do PIB somado deles), semelhante em magnitude à crise financeira global.

Em emergentes como o Brasil, a qualidade de crédito permanece uma preocupação à estabilidade financeira. No setor corporativo desses mercados, a fatia de dívida de empresas cujo gasto com juros supera os ganhos está maior do que em outras regiões.

Diante desse contexto maior, os reguladores deveriam permanecer atentos a novos riscos, incluindo possíveis ameaças à estabilidade financeira provocadas pela cibersegurança, tecnologia financeira e outras atividades fora do perímetro de regulação prudencial.

O Fundo indica que os riscos de curto prazo à estabilidade financeira aumentaram modestamente, enquanto os riscos de médio prazo permanecem elevados por causa de vulnerabilidades financeiras persistentes ligadas aos níveis altos de endividamento, entre outros fatores.

Olhando para a frente, uma escalada adicional de tensões comerciais, assim como o aumento dos riscos geopolíticos e da incerteza política nas principais economias poderiam levar a uma piora inesperada no sentimento de risco.

Isso levaria a uma correção ampla em mercados de capitais globais e a um aperto agudo nas condições financeiras globais. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Tragédia Há 19 Horas

Sobe para 14 o número desaparecidos após queda de ponte

fama Realeza britânica Há 2 Horas

Rei Chales III quebra tradição real com mensagem de Natal

fama Hollywood Há 22 Horas

Autora presta apoio a Blake Lively após atriz acusar Justin Baldoni de assédio

mundo Estados Unidos Há 21 Horas

Policial multa sem-abrigo que estava em trabalho de parto na rua nos EUA

esporte Futebol Há 22 Horas

Ex-companheiros ajudam filho de Robinho, que começa a brilhar no Santos

fama Televisão agora mesmo

Fernanda Lima diz que Globo acabou com Amor e Sexo por ser progressista

fama Luxo 23/12/24

Jeff Bezos se casará em Aspen com festa de R$ 3,5 bilhões e convidados famosos

brasil Tragédia Há 20 Horas

Duas mulheres seguem em estado grave após explosão de avião que caiu em Gramado

fama Família Há 21 Horas

Está 24 horas presente, diz Iza sobre Yuri Lima, pai de Nala

fama Confusões Há 20 Horas

Famosos Problemáticos: O que os vizinhos têm a dizer