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Crianças sempre pedem atenção redobrada, já que sempre há a chance da ingestão e até aspiração de objetos estranhos, como moedas, ossos de frango, peças de brinquedos, feijão e espinhas de peixes. Essas ocorrências concentram-se principalmente até os 3 anos de idade, quando é comum o hábito de levar objetos à boca. Os pais e os cuidadores são os principais responsáveis pela prevenção dessas situações.
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Objetos como moedas, joias, agulhas e aparelhos que tenham pilhas ou baterias em forma de disco não podem estar ao alcance de crianças menores de três anos; além disso, é fundamental atestar que seus brinquedos não contenham pedaços que possam ser destacados com mãos ou dentes. Também é necessária supervisão direta até os cinco anos enquanto alimentam-se ou brincam com sacos plásticos e balões de borracha.
Os tradicionais broches, berloques, prendedores de chupeta, medalhas e correntes podem representar perigo caso se soltem. Ainda, os pais ou responsáveis devem ensinar as crianças a não levarem os objetos à boca, e atentar-se para que elas não corram, riam ou chorem ao comerem.
“Contudo, esses acidentes podem acontecer mesmo com todas as medidas preventivas. Por isso, os pais e cuidadores precisam conhecer as manobras para retirada de um corpo estranho e para ressuscitação. A criança precisa ser levada o mais rápido possível ao médico, para que o profissional possa identificar e definir qual o melhor tratamento e aplica-lo o quanto antes, evitando complicações”, alerta Silvia Regina Cardoso, endoscopista e presidente do Núcleo de Pediatria da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED).
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E como são feitas a identificação e retirada desses objetos?
A identificação e extração destes corpos estranhos podem ser feitas por meio de um procedimento endoscópico, capaz de, em muitos casos, eliminar a necessidade de cirurgia. O exame de endoscopia digestiva alta visualiza o esôfago, o estomago e o duodeno, que são os locais onde a maioria dos corpos estranhos ingeridos ficam retidos.
Os corpos estranhos aspirados podem ficar impactados na laringe, traqueia ou brônquios, sendo avaliados pelo exame de laringotraqueobroncoscopia. “São exames simples e têm a função de verificar onde o objeto alojou-se. A partir disso conseguimos retira-los, geralmente sem comprometer o aparelho digestivo ou respiratório do paciente”, afirma a especialista.
Para a realização dos exames endoscópicos, é necessário que inicialmente a criança seja submetida à anestesia. Para a endoscopia digestiva ela é colocada em posição lateral. Então, coloca-se um protetor bucal, a fim de impedir que a boca seja fechada – em seguida, insere-se o esofagogastroduodenoscópio, aparelho responsável pela visualização da faringe até o intestino.
Procedimento semelhante é feito para a realização do exame de broncoscopia, ficando o paciente, neste caso, em decúbito dorsal. Então o broncoscópio é introduzido na boca ou narina, visualizando desde a laringe até os brônquios.
A indicação de uma endoscopia de emergência deve ser feita, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, frente a situações evidentes ou eminentes de obstrução de vias aéreas e de risco elevado de perfuração do esôfago como em casos de ingestão de disco de bateria impactado em esôfago e de peças de brinquedos com múltiplos ímãs ou potencialmente perfurante. Os exames endoscópicos devem também ser realizados para outros objetos impactados, sem possibilidade de eliminação espontânea.