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O presidente da Autoridade Nacional Anticorrupção (Anac) da Itália, Raffaele Cantone, alertou nesta quarta-feira (10) para o risco de infiltração da máfia nas obras de reconstrução da Ponte Morandi, cujo desabamento matou 43 pessoas em Gênova.
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Em audiência na Câmara dos Deputados, Cantone afirmou que o "Decreto Gênova", pacote do governo para responder à emergência na capital da Ligúria, contém uma "lacuna" que permite a supressão do Código Antimáfia - conjunto de normas para impedir a ação de mafiosos em projetos do Estado - nas obras de reconstrução.
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Segundo o presidente da Anac, existe o risco de organizações criminosas utilizarem "uma das maiores licitações dos últimos tempos" para fazer negócios em terraplenagem ou tratamento de resíduos, áreas onde a máfia possui forte atuação. "Sei que a vontade era outra, mas espero que a norma seja modificada", cobrou.
Fontes do governo italiano responderam que não haverá nenhuma "supressão das normas penais" sobre a máfia, apenas "derrogações burocráticas para evitar o aumento dos prazos, já que o procedimento para a reconstrução não é mais adiável".
Cantone, no entanto, manteve o posicionamento e disse que o Decreto Gênova não evita a infiltração de empresas ligadas a mafiosos. O desabamento da Ponte Morandi ocorreu em 14 de agosto e foi provocado provavelmente por falha estrutural. (ANSA)