© Johannes Christo/Reuters
Ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais dos membros do G20 se reúnem desde essa quinta-feira (11) em Bali, na Indonésia, para discutir os desafios que a economia global enfrenta, em especial as guerras fiscais.
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Apesar do sólido crescimento das economias europeias e norte-americana nos últimos anos, a diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, resiste em fazer previsões otimistas com relação à economia global devido aos recentes embates entre as das maiores potências mundiais: os Estados Unidos e a China.
O secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, advertiu que Washington estaria "observando atentamente" Pequim e estaria preparado para responder a qualquer indício de que a moeda chinesa sofra uma "desvalorização competitiva" contra o dólar.
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A preocupação com a situação econômica de economias emergentes como a Argentina, que teve de recorrer a um empréstimo do FMI de US$ 57 bilhões para socorrer as contas do país, que tem projeção de recessão de 2,6% neste ano, e a Turquia, que já teve sua moeda, a lira, desvalorizada em cerca de 40% somente neste ano, também deve ser abordada na reunião.
"Os desafios que a Turquia enfrenta vão exigir uma política compreensiva no que se refere à questão fiscal", escreveu o Fundo nesta quarta-feira, em referência ao presidente do país Recep Tayyip Erdogan, que resiste em aumentar as taxas de juros do país visando a manter sua popularidade, além de acusar países estrangeiros de conspirarem contra a Turquia.
Apesar de dispositivos acordados recentemente com a União Europeia (UE) e com o Japão, que preveem que os aliados avisem os Estados Unidos antes de concretizar qualquer transação comercial com a China, o que faz analistas considerarem que os norte-americanos estejam virando as costas ao multilateralismo nas relações internacionais, o governo de Donald Trump tem demonstrado apoio a organismos internacionais, como o FMI.
O magnata republicano apoia o plano de resgate da economia argentina e deve ampliar as contribuições para as reservas do fundo, que já são as maiores entre todos os países-membros. O FMI conta atualmente com cerca de US$ 1 trilhão disponível para empréstimos, número que Christine Lagarde espera aumentar até 2022.
O encontro não deve ser marcado por grandes decisões, mas será uma oportunidade para os países-membros expressarem suas posições no cenário comercial global, que sofre uma crise sem precedentes. (ANSA)