© iStock
Cerca de 12,5 mil crianças serão diagnosticadas com algum tipo de câncer só em 2018. É o que diz o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O órgão também aponta que 70% dos pacientes mirins têm boas chances de cura, desde que a doença seja descoberta o quanto antes. Ainda assim, o câncer segue como a segunda causa de morte de crianças e adolescentes no Brasil, atrás apenas de causas externas como acidentes e violências.
PUB
Para mudar essa realidade e aumentar o índice de curas, o diagnóstico precoce e preciso é uma das principais ferramentas dos médicos. “O Brasil precisa de uma evolução no diagnóstico, precisamos descobrir o câncer com a maior antecedência possível”, afirma a Dra. Teresa Fonseca, oncologista e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE).
A especialista prossegue: “a taxa de cura está em torno de 50% no Brasil, muito abaixo de países como os Estados Unidos, onde o índice de recuperação de pacientes alcança 80%”. A médica também indica que os pais devem estar atentos para notar alguns sinais que possam indicar a doença. Entre os principais indícios estão: manchas ou caroços pelo corpo, febre, cansaço, olho esbranquiçado e ânsias.
+ Depressão será a doença mental mais incapacitante do mundo até 2020
As causas para tantas dificuldades vão do atendimento básico ineficiente ao tratamento especializado do câncer que não está ao alcance de todo o sistema de saúde. “O Brasil é um país de dimensão continental, a discrepância é enorme no acesso à saúde e não há condições compatíveis com as necessidades de atendimentos adequados em nenhuma região”, comenta a presidente da SOBOPE.
As necessidades biopsicossociais do paciente também precisam estar em pauta para acompanhamento no tratamento do câncer infantojuvenil. Para a Dra. Teresa, após o diagnóstico é fundamental que o paciente receba suporte da família, o que traz um impacto relevante para a recuperação. “É um trabalho conjunto, dos primeiros sinais ao último dia de tratamento, inclusive os pais precisam ser acompanhados e atendidos pelo sistema de saúde, a luta é de todos”, conclui.