© REUTERS/Andreas Gebert
A União Social-Cristã (CSU), histórica aliada da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, sofreu um revés inédito nas eleições regionais da Baviera, um dos estados mais ricos do país, realizadas neste domingo (14).
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O partido conservador, que é uma espécie de braço regional da União Democrata-Cristã (CDU), legenda liderada por Merkel, teve maioria absoluta no Parlamento da Baviera nos últimos 56 anos, com exceção de cinco, mas viu seu domínio sofrer um duro golpe.
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Segundo projeções da imprensa local, a CSU terá 35,3% dos votos, o que a forçará a buscar alianças para seguir no governo - a apuração ainda está em curso. "Não é um dia fácil para a CSU, este é um resultado doloroso", reconheceu o candidato do partido a governador, Markus Soder.
Ainda assim, a sigla segue como a mais votada na região, o que torna praticamente impossível a formação de um governo que a exclua. "Não apenas somos o partido mais forte, mas também recebemos um claro mandato para governar", acrescentou o candidato.
A CSU deve abrir negociações com todas as legendas com cadeiras no Parlamento regional, com exceção da Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema direita e que deve ficar com 11% dos votos, um resultado inédito na Baviera.
Quem comemora, por outro lado, são os Verdes, que saíram de 8,6% em 2013 para 18,5%, o que os tornam os principais candidatos a formar um governo com a CSU. Tanto os Verdes, pelo lado liberal, quanto a AfD, pelo lado ultraconservador, roubaram votos dos aliados de Merkel.
Já o Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda e que também integra a base aliada da chanceler, deve cair de 20,6% para cerca de 10%. Aproximadamente 9,5 milhões de eleitores foram chamados às urnas, e a participação foi de 72,5%, um crescimento de quase 10 pontos em relação aos 63,6% de 2013.
"Um resultado histórico. Os eleitores deram um sinal claro: não se pode continuar assim", afirmou Katharina Schulze, líder dos Verdes, que criticam a "política do medo" defendida pela CSU.
Especula-se que o mau desempenho nas urnas possa custar o posto do ministro do Interior, Horst Seehofer, um dos expoentes da CSU e que quase derrubou o governo Merkel para forçá-la a endurecer suas políticas migratórias. No entanto ele deu sinais de que pretende continuar no cargo. (ANSA)