Huck critica Bolsonaro em coluna: 'tudo aquilo de que não precisamos'

Apresentador do Caldeirão, no entanto, também não se posicionou favorável ao candidato do PT

© REUTERS/Leonardo Benassatto

Política opinião 15/10/18 POR Notícias Ao Minuto

Em coluna no jornal 'Folha de S. Paulo', publicada no sábado (13), Luciano Huck lamentou os candidatos que chegaram ao segundo turno das eleições presidenciais. Apesar de salientar que não compactua com o "modo de pensar e de operar do PT", representado por Fernando Haddad, o apresentador do Caldeirão fez críticas ferrenhas ao candidato do PSL, Jair Bolsonaro: "Um postulante ao cargo máximo da República definitivamente não pode pensar e muito menos dizer o que ele já disse ao longo dos seus 27 anos de vida pública".

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Huck inicia o texto comemorando a "renovação legislativa", que teve 61% das vagas do Senado e 50% da Câmara dos Deputados renovadas. "Boa parte da velha e apodrecida política aposentada pelas urnas", escreveu.

+ Bolsonaro e Haddad intensificam as agendas a 13 dias do segundo turno

No entanto, segundo o apresentador, "infelizmente" esta renovação "não se materializou na eleição presidencial". "Mas o resultado está posto e é sobre ele que teremos que refletir e escolher", completou.Não compactuo com o modo de pensar e de operar do PT. (...) Sem entrar em questões específicas, tenho enorme dificuldade em confiar em qualquer um que não tenha autocritica, que não tenha a humildade de aprender com seus próprios erros."

Em relação ao opositor de Haddad, Huck se mostra ainda mais preocupado: "temos um grave problema do outro lado também. Bolsonaro se tornou conhecido propagando ideias retrógradas, sectárias, preconceituosas e belicistas. Tudo aquilo de que não precisamos na atual conjuntura. Um postulante ao cargo máximo da República definitivamente não pode pensar e muito menos dizer o que ele já disse ao longo dos seus 27 anos de vida pública", opinou.

Temo sim que o discurso de ódio ou de desprezo pelo diferente na boca de um mandatário eleito pela maioria legitime violência e discriminação."

O apresentador concluiu a coluna afirmando que, independentemente do resultado, "seremos a resistência positiva", que ele define como "aquela que partindo da premissa inegociável da manutenção e do aperfeiçoamento da democracia, das liberdades individuais e da imprensa livre, do respeito ao meio ambiente, à Constituição e à cidadania, consciente da desigualdade e de todos os demais problemas do país, estará disposta a monitorar e fiscalizar com vigor cada passo do novo governo e igualmente pronta a contribuir com uma agenda de propostas e possíveis soluções para as necessidades e demandas nacionais".

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