© REUTERS
As Coreias do Sul e do Norte anunciaram nesta segunda (15) que vão conectar sua infraestrutura de transportes nas costas leste e oeste da península no intervalo de um ano e esperam começar a estudar ainda este ano o projeto de modernizar as ferrovias Gyeongui e Donghae, que ligam os dois países.
PUB
O comunicado foi feito após reunião dos dois governos no lado sul de Panmunjom, na Zona Desmilitarizada (DMZ) que separa as Coreias e foi palco de reuniões entre o presidente Moon Jae-in, da Coreia do Sul, e o ditador Kim Jong-un, do Norte, no primeiro semestre deste ano.
Os ministros da Unificação Cho Myoung-gyon (Sul) e Ri Son Gwon (Norte) também discutiram a construção de rodovias, segundo agências de notícias e jornais asiáticos. Apesar das declarações de intenções, sanções econômicas impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, pela União Europeia, pelos Estados Unidos e pela própria Coreia do Sul bloqueiam investimentos na Coreia do Norte.
+Navio brasileiro resgata refugiados sírios no Mediterrâneo
As resoluções impedem pagamentos a cidadãos norte-coreanos e a exportação de combustíveis e matérias-primas para a Coreia do Norte, entre outros pontos.
No mês passado, o governo da Coreia do Sul afirmou que consultaria a ONU sobre a possibilidade de começar as pesquisas para as obras das ferrovias. Nesta segunda, em outro anúncio, o Ministério da Unificação sul-coreano reforçou que vai tentar obter a concordância da entidade e de outros parceiros internacionais.
O governo sul-coreano tem aventado a possibilidade de reduzir algumas de suas sanções, o que provou críticas dos Estados Unidos e da ONU.
Seul também tomou algumas medidas práticas na semana passada, como a volta do fornecimento de água para a região de Kaesong, onde foi inaugurado o escritório para negociações entre as duas metades coreanas.
Não houve anúncios sobre a implantação das zonas especiais conjuntas econômica e turística discutidas pelos dois presidentes em setembro. Os ministros afirmaram que as duas Coreias estão "caminhando para um consenso" nesse ponto.
A integração econômica, chamada pelo governo sul-coreano de "Novo Mapa Econômico", é uma das principais políticas do presidente Moon Jae-in. Anunciado em julho, o plano prevê uma área voltada para energia na costa leste, um centro integrado de produção industrial e logística na costa oeste e uma zona turística na atual DMZ.
Os dois ministros afirmaram que o novo escritório de cooperação de Kaesong será usado para discutir o envio de uma equipe unificada para a Olimpíada de Tóquio - 2020 e a candidatura conjunta a sede dos Jogos de 2032.
No plano militar, as duas Coreias disseram que deve haver novo encontro entre generais até o final de 2018 –se ocorrer, será o terceiro neste ano. Durante a reunião, provocou polêmica a proibição, pelos sul-coreanos, de que um repórter dissidente da Coreia do Norte cobrisse o evento. O ministro justificou a decisão em nome da diplomacia com o governo norte-coreano.
Outros jornalistas acusaram Cho de desrespeitar a liberdade de imprensa. O repórter, que trabalha para um dos maiores jornais da Coreia do Sul, o Chosun Ilbo, é conhecido por uma posição crítica em relação ao governo Moon.Também nesta segunda, o presidente Moon elogiou seu colega do Norte, Kim Jong-un, em entrevista ao jornal francês Le Figaro. No mês passado, Moon viajou a Pyongyang para encontro com Kim, no qual reafirmaram intenções de reduzir arsenais nucleares e impedir conflitos militares. Foi aprimeira visita de um presidente sul-coreano à capital do Norte em 12 anos e o terceiro encontro entre os líderes. Com informações da Folhapress.