© REUTERS/Yves Herman
Os líderes dos Estados-membros da União Europeia se reúnem nesta quarta-feira (17), em Bruxelas, Bélgica, para tentar destravar as negociações sobre a saída do Reino Unido do bloco.
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O principal nó ainda é a questão da fronteira entre República da Irlanda, que faz parte da UE, e Irlanda do Norte, que é território britânico. "Acho que um acordo pode ser alcançado, e trabalharemos duro nos próximos dias", declarou a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May.
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A premier enfrenta inúmeras pressões por conta de sua condução das tratativas, inclusive dentro do próprio Partido Conservador. Uma facção liderada pelo ex-secretário de Relações Exteriores Boris Johnson prega um rompimento mais "duro", enquanto May apresentou um plano para um divórcio "suave", que prevê uma zona de livre comércio e baseada em "regras comuns" com a UE.
Por outro lado, o Partido Unionista Democrático (DUP), de quem May depende para seguir no poder, pressiona por uma solução para a questão das Irlandas. Eurocética, a legenda exige a manutenção de fronteiras abertas entre Ulster e Eire, mas não quer que a Irlanda do Norte tenha um estatuto especial em relação ao restante do reino.
As negociações do Brexit são regidas por um princípio chamado "backstop", que garante que, se não houver acordo, a fronteira entre as Irlandas permanecerá inexistente. Neste caso, a Irlanda do Norte continuaria no mercado comum e na união alfandegária e ficaria submetida a regras diferentes do restante do Reino Unido.
Os defensores de um Brexit mais duro alegam que isso seria a anexação de território britânico pela UE. Por outro lado, o acordo de paz entre as Irlandas, assinado em 1998, prevê fronteiras abertas, ao reconhecer as ligações históricas entre os dois territórios. O governo May insiste para que o chamado "backstop" valha para todo o Reino Unido.
"Devemos nos preparar para todos os cenários, até para a possibilidade que o Reino Unido saia sem acordo", admitiu a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Em caso de acordo, o divórcio acontecerá em 29 de março de 2019, mas com um período de transição até 31 de dezembro de 2020. Do contrário, a ruptura será imediata. (ANSA)