Cruzeiro vence Corinthians e é hexa da Copa do Brasil

Final foi marcada por uso do VAR

© Stringer . / Reuters

Esporte Comemoração 18/10/18 POR Folhapress

Em uma decisão com interferência do árbitro de vídeo, que assinalou um pênalti e anulou um gol corintiano no segundo tempo, o Corinthians viu o sonho de salvar o ano com o título da Copa do Brasil e, consequentemente, garantir vaga na próxima edição da Copa Libertadores, acabar.

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Nesta quarta-feira (17), a equipe criou poucas oportunidades e perdeu para o Cruzeiro por 2 a 1, no Itaquerão, no segundo jogo da decisão da competição mata-mata do futebol brasileiro.

O time precisava vencer por dois gols de diferença para ser campeão ou um para levar o jogo para os pênaltis após a derrota pelo placar mínimo na partida de ida.

As interferências do VAR na decisão aconteceram durante a etapa complementar e geraram reclamações.

O árbitro Wagner do Nascimento Magalhães foi chamado pela primeira vez para analisar uma falta dentro da área no volante Ralf. Após demorar quase dois minutos, assinalou o pênalti que foi convertido por Jadson, aos 10 minutos.

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Catorze minutos depois, o árbitro de vídeo foi utilizado novamente. Quando os corintianos já comemoravam um gol de Pedrinho em um chute de fora da área, Wagner Magalhães foi chamado e, após analisar, marcou uma falta de Jadson em Dedé. O árbitro demorou aproximadamente dois minutos para assinalar a infração.

A tecnologia começou a ser utilizada no futebol brasileiro nas quartas de final da Copa do Brasil.

O Corinthians almejava o título para aliviar seu déficit financeiro na temporada e também conquistar uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores, o que dificilmente conseguirá pelo Campeonato Brasileiro.

Atualmente é o 11º colocado com 35 pontos -11 pontos atrás do Atlético-MG, hoje sexto colocado e que seria o último classificado para o principal torneio sul-americano.

Já a premiação pela conquista da Copa do Brasil representaria R$ 50 milhões nos cofres do clube. Com o vice-campeonato, ganhará R$ 20 milhões, além dos R$ 11,9 milhões referentes à participação da equipe nas fases anteriores -entrou nas oitavas de final.

Assim, o Corinthians encerra o ano apenas com a conquista do Campeonato Paulista e espera resolver sua situação no Brasileiro o mais rápido possível para planejar a próxima temporada e evitar os erros de 2018, quando não conseguiu recompor o elenco com jogadores do mesmo nível após as perdas de Jô e Arana no final do ano passado e de Rodriguinho e Balbuena neste segundo semestre.

Tanto é que os treinadores que passaram pela equipe tiveram que apostar em jovens promessas como Léo Santos, 19, que falhou no gol cruzeirense desta quarta-feira, e até alterar a forma de jogar porque o time não tinha um centroavante de área. Os reforços contratados para a posição não conseguiram se encaixar até porque chegaram com os campeonatos em andamento.

Um dos exemplos é Roger, que não pode atuar na Copa do Brasil porque já havia jogado o torneio pelo Inter. Ele foi contratado em abril. Já Jonathas, contratado em junho, enfrentou problemas físicos. Ele estava atuando fora do país desde 2008.

Além de perder jogadores que formavam a base da equipe, o Corinthians também viu o treinador Fábio Carille aceitar uma proposta milionária do Al Wehda, da Arábia Saudita, e deixar o comando após 16 meses e três títulos conquistados.

A diretoria apostou em uma solução caseira. Osmar Loss, que dirigia o time sub-20 até o fevereiro de 2017, foi anunciado como o novo técnico, mas durou apenas 22 jogos. Ele conquistou apenas 42% dos pontos e deixou o cargo.

O clube foi ao mercado e trouxe Jair Ventura, que tem como ponto forte a marcação e o futebol reativo, algo que a torcida corintiana ficou acostumada após a coleção de troféus da última década.

Neste estilo, passou pelo Flamengo na semifinal, mas não fez frente ao clube mineiro na decisão do principal torneio mata-mata do país.

Já o Cruzeiro conquistou a Copa do Brasil pela sexta vez e se tornou o maior campeão -ultrapassou o Grêmio, que tem cinco conquistas. A equipe mineira já tinha levantado o troféu do torneio em 1993, 1996, 2000, 2003 e 2017.

Na campanha rumo ao título, o clube obteve 100% de aproveitamento como visitante. Venceu Atlético-PR, Santos, Palmeiras e Corinthians na segunda partida da decisão. Em casa, empatou com Atlético-PR e Palmeiras, perdeu para o Santos e ganhou apenas do Corinthians.

Metade do título cruzeirense foi conquistado no Mineirão na semana passada, quando venceu por 1 a 0.Assim, a equipe adotou sua estratégia que foi eficaz fora de casa: marcou forte, explorou o contra-ataque e contou com uma falha individual corintiana para abrir o placar.

O zagueiro Léo Santos errou o domínio pelo lado direito do campo e perdeu a jogada para Rafinha, que avançou e tocou para Barcos colocar no canto e acertar a trave. A bola sobrou para Robinho bater de primeira e abrir o placar.

O Cruzeiro ainda teve a oportunidade de ampliar em uma cabeçada de Dedé, que também acertou a trave.

Já o Corinthians teve dificuldades para criar assim como aconteceu no primeiro jogo. Nesta quarta-feira, o treinador Jair Ventura tirou Mateus Vital e Clayson e colocou Jonathas e Emerson Sheik, que teve uma boa atuação.

Com a derrota parcial, o clube voltou arriscando mais na etapa complementar e conseguiu o empate com Jadson, de pênalti. Pouco depois, chegou ao segundo gol, que foi anulado.

Quando se arriscava para marcar o gol da virada, o time levou um contra-ataque e o uruguaio De Arrascaeta, que desembarcou em São Paulo nesta quarta-feira, após defender sua seleção em amistosos no Japão, escapou pela esquerda e tocou na saída do goleiro Cássio para marcar o gol do título.

CORINTHIANSCássio; Fagner, Léo Santos, Henrique, Danilo Avelar; Ralf, Gabriel, Jadson; Romero, Jonathas (Pedrinho), Emerson Sheik (Clayson). T.: Jair Ventura

CRUZEIROFábio; Edilson, Dedé, Leo, Lucas Romero; Henrique, Ariel Cabral, Robinho, Thiago Neves (Lucas Silva), Rafinha (Arrascaeta); Barcos (Raniel). T.: Mano Menezes

Estádio: Itaquerão, em São Paulo

Público: 45.978 pagantes (total de 46.571)

Renda: R$ 5.108.151,00

Juiz: Wagner do Nascimento Magalhães (RJ)

Cartões amarelos: Ralf, Gabriel, Emerson, Fagner, Clayson (Corinthians); Rafinha, Thiago Neves, Robinho (Cruzeiro)

Gols: Robinho, aos 27min do primeiro tempo, e Arrascaeta, aos 36min do segundo tempo (Cruzeiro); Jadson, aos 9min do segundo tempo (Corinthians) Com informações da Folhapress.

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