Secretário americano visita América Latina para discutir imigração

Mike Pompeo estará no México, nesta sexta-feira (19), em meio à ameaça de Trump de fechar fronteira

© REUTERS / Kevin Lamarque

Mundo Relações exteriores 19/10/18 POR Ansa

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, visitou o Panamá nesta quinta-feira (18) para discutir migração irregular, enquanto o presidente Donald Trump ameaça fechar a fronteira com o México caso uma caravana de imigrantes prossiga sua travessia em direção aos Estados Unidos.

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A próxima parada de Pompeo deve ser o México, em visita oficial ainda hoje.

Segundo nota divulgada pelo governo panamenho, o encontro entre o presidente Juan Carlos Varela e Pompeo teve como objetivo endossar "práticas para a gestão de fluxos migratórios irregulares, a luta contra o narcotráfico, além de outras modalidades do crime organizado". A conversa durou cerca de uma hora e aconteceu no Palácio de Las Garzas, escritório do presidente.

A viagem de Pompeo pela América Latina compete com uma caravana de milhares de migrantes salvadorenhos, hondurenhos e guatemaltecos que começaram a sua jornada já na semana passada em direção aos Estados Unidos, com a esperança de uma vida melhor. Eles partiram de San Pedro Sula, em Honduras, e atravessam a Guatemala neste exato momento com alguns pertences, mochilas, e sempre a pé.

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O México, esperando a chegada da caravana, mandou nesta sexta-feira (19) centenas de policais para a fronteira. Esse movimento veio após um tuíte de Trump ameaçando fechar a fronteira. "Devo pedir ao México, nos termos mais firmes, que pare esse deslocamento - e caso não o faça, chamarei os militares e FECHAREI A NOSSA FRONTEIRA SUL". O republicano disse ainda que cortaria ajuda aos países que permitirem a passagem da caravana. A administração Trump mandou mais de US$175 milhões para as Honduras entre 2016 e 2016, segundo a Agência americana de Desenvolvimento Internacional.

Hoje, Pompeo se reúne com Enrique Peña Neto para falar sobre a redução da imigração ilegal e discutir alternativas. A caravana pode complicar as relações entre os dois países, dada tensão entre eleições de meio-termo americanas deste ano e a posse do eleito Andres Manuel Lopez Obrador. O mexicano já declarou que, assim que assumir, oferecerá vistos de trabalho àqueles da América Central. "É um plano que temos, em que qualquer um poderá trabalhar no México se tiver um visto", dissera.

Segundo estimativas, cerca de 10% da população da Guatemala, El Salvador e Honduras é exposta a riscos como recrutamento forçado em gangues e desigualdade econômica. A região é ainda a que apresenta uma das maiores taxas de homicídio no mundo, o que tem corroborado com a emigração dessas pessoas. (ANSA)

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