© REUTERS/Ueslei Marcelino
A caravana de cerca de 3.000 hondurenhos que viaja, em sua maioria, rumo aos EUA conseguiu nesta sexta-feira (19) cruzar a fronteira entre o México e a Guatemala, apesar do reforço na segurança feito pelos dois países.
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A viagem do grupo, que partiu da cidade hondurenha de San Pedro Sula no último sábado (13), irritou o presidente americano, Donald Trump, que ameaçou cortar a ajuda à América Central e fechar a fronteira com o México.
Os imigrantes conseguiram quebrar o portão do entrada para a ponte entre a cidade guatemalteca de Tecún Umán e a mexicana Tapachula por volta do meio-dia (15h em Brasília), apesar da presença de militares do Exército.
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A invasão ocorreu horas após o governo mexicano anunciar que admitiria 150 pessoas por dia para solicitações de asilo. Eles teriam vagas em abrigos da região por dez dias, período em que o pedido seria avaliado.
Segundo o Instituto Nacional de Migrações, os aprovados nessa triagem preliminar poderiam ficar até 45 dias nos albergues até a saída dos documentos. O governo, porém, não informou o que aconteceria com os demais.
A tensão aumentou no final da manhã. O grupo começou a cantar gritos, como "de um jeito ou de outro, nós vamos passar", e caminhou as duas quadras do parque onde haviam se reunido desde as 7h até a entrada da ponte.
Sem serem impedidos pelos militares guatemaltecos, homens jovens começaram a pular a grade e a pressionaram para derrubá-la. Na sequência, outros homens, mulheres e crianças avançaram os 137 metros até o lado mexicano.
Às 13h (16h em Brasília) o grupo era contido pela Polícia Federal mexicana, mas não se sabe até o momento como será permitida a entrada dos imigrantes, com o fracasso da estratégia das autoridades de migração do país.
Devido às condições da fronteira, a chance de sucesso do plano era remota. A Guatemala não tinha estrutura para manter os imigrantes em Tecún Umán por pelo menos 20 dias, prazo mínimo para que todos passassem.
Por outro lado, há diversos pontos de passagem clandestinos pelo rio Suchiate que, embora tenha forte correnteza, é raso o suficiente para permitir a travessia a nado ou, em alguns pontos e dependendo do clima, a pé.
Quando a Folha de S.Paulo esteve na região em setembro de 2017, o fluxo de cargas e pessoas cruzando a fronteira em uma passagem ilegal a menos de 1 km da ponte era intenso, enquanto o posto oficial estava quase vazio.
Enquanto a caravana de imigrantes chegava ao México, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, se reunia na Cidade do México com o chanceler Luis Videgaray, que prometeu impedir a chegada da caravana aos EUA. Com informações da Folhapress.