© Simon Dawson/Reuters
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, disse nesta segunda-feira (22) estar preparada para "explorar todas as opções possíveis" para encerrar o impasse nas conversas do Brexit, tendo em vista que 95% dos termos do divórcio com a União Europeia (UE) já foram acordados. De acordo com o jornal "The Guardian", a chefe de governo deverá revelar o quase fechamento do acordo na audição na Câmara dos Comuns, que acontece um dia depois de milhares de pessoas protestarem por um novo referendo.
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"95% do acordo e respetivos protocolos já foram estabelecidos", afirmou May, sinalizando que questões como o futuro de Gibraltar, a segurança, o respeito pelo direito de residência dos europeus no Reino Unido e a continuidade da base militar britânica em Chipre, por exemplo, já estariam fechadas.
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No entanto, a premier britânica também disse que a fronteira irlandesa ainda continua sendo considerada um "ponto de discórdia".
May está disposta a considerar o alargamento do período de transição do Reino Unido para a partir de 2020, mas afirmou ser algo "indesejável" e que deveria terminar "bem antes" de maio de 2022.
Segundo Jeremy Corbyn, do Partido Trabalhista, os conservadores são extremamente "incompetentes e paralisados por suas próprias divisões". Para o líder dos liberais no Parlamento Europeu, Guy Verhofstadt, até o momento, o acordo só está 90% concluído, e não 95% como May disse. A fronteira irlandesa continua sendo o maior obstáculo, mas pode ser que uma solução seja resolvida antes da cúpula da UE em dezembro. O "divórcio" entre o Reino Unido e a UE deve acontecer em 29 de março de 2019, mas a finalização de um acordo sobre os termos da saída até o final do ano foram adiados justamente pela falta de uma solução sobre a questão das fronteiras irlandesas. Na última cúpula, os líderes europeus não assinaram um documento para garantir uma reunião especial do Brexit em novembro para selar o acordo. Faltando apenas cinco meses do prazo para o Reino Unido sair do bloco, ainda não há nenhum definição sobre o divórcio, o que tem aumentado a pressão contra a primeira-ministra britânica. No último fim de semana, milhares de pessoas foram às ruas de Londres para pedir uma nova consulta popular para revisar os termos de negociação do Brexit. (ANSA)