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O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, prometeu revelar amanhã (23) detalhes importantes sobre a morte do jornalista saudita Jamal Khashoggi, colunista do "The Washington Post" que desapareceu dentro do consulado saudita em Istambul.
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As autoridades turcas têm conduzido uma investigação sobre o caso e já fizeram operações de busca no consulado e em uma minivan usada pelo serviço diplomático. Entre as provas que a Turquia pode ter - e as quais incriminariam o regime saudita -, estaria uma gravação que a CIA já teria tido acesso e que mostraria o jornalista sendo brutalmente assassinado, com seu corpo sendo desmembrado com uma serra.
Nesta segunda-feira, Erdogan conversou por telefone com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Fontes de Ancara disseram que os dois líderes destacaram a necessidade de "transparência" em todos os aspectos do caso. Jamal Khashoggi, de 59 anos, desapareceu no dia 2 de outubro, quando deu entrada no consulado saudita para renovar documentos.
Ele nunca mais deixou o prédio. As autoridades do regime saudita admitiram que ele morreu dentro do local, mas negaram que tenha sido assassinado propositalmente. O governo diz que Khashoggi se envolveu em uma briga e reagiu, versão que a comunidade internacional não tem acreditado.
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A imprensa internacional suspeita que o jornalista - um crítico ao governo saudita - tenha sido assassinado e desmembrado dentro do consulado sob ordens do próprio regime. De acordo com veículos de imprensa, ao menos quatro chamadas telefônicas teriam sido feitas do consulado saudita de Istambul ao escritório do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman no dia da morte de Khashoggi.
O jornal turco "Yeni Safak", próximo ao governo de Erdogan, publicou que o agente saudita Maher Abdulaziz Mutreb - membro do chamado "esquadrão da morte" formado por 15 homens de Riad - teria telefonado do seu próprio celular a Badr al Asaker, diretor do escritório do príncipe.
Outra chamada feita pelo agente foi para o embaixador saudita em Washington, Khaled bin Salman, irmão mais novo do príncipe hereditário. Apesar de Mohammed bin Salman estar acostumado a governar com punho firme, tem aumentado a pressão internacional sobre o príncipe devido ao episódio.
Por isso, Riad tenta ganhar tempo e afastar a imagem do príncipe do caso. "Ele não estava sabendo do ocorrido. O incidente no consulado foi resultado de um grupo de pessoas que cometeram um grave erro, agindo além das suas autoridades e responsabilidades", assegurou o chefe da diplomacia saudita, Adel al-Jubeir. Até o momento, a Arábia Saudita prendeu 18 pessoas suspeitas de ligação com a morte do jornalista. (ANSA)