Zema será investigado por possível abuso de poder econômico

Procuradoria Eleitoral de Minas investiga possível abuso de poder econômico de Zema em 41 cidades

© Divulgação

Política candidato 25/10/18 POR Folhapress

A pedido da Procuradoria Regional Eleitoral de Minas Gerais foram feitas investigações em ao menos 41 cidades do interior do estado para apurar se houve abuso do poder econômico por parte de Romeu Zema (Novo), candidato ao governo.

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As diligências foram feitas pelo Ministério Público de Minas Gerais em cada cidade e remetidas à Procuradoria. O objetivo era apurar se Zema, que é proprietário de um conglomerado de mais de 400 lojas e 5.000 funcionários no estado, se aproveitou disso para favorecer sua então pré-candidatura.

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O MPMG investigou se houve "reuniões com funcionários, coação ou promessa de vantagem para obtenção de votos e divulgação do nome e imagem do pré-candidato em material publicitário da loja".

Parte dos depoimentos de funcionários obtidos pela reportagem mostram que, em geral, os vendedores e gerentes afirmaram não terem se encontrado com Zema ou tratado de eleição em reuniões. Nas lojas, porém, os promotores verificaram banners e bonecos de papelão em tamanho real com a imagem do candidato.

No último dia 10, a juíza auxiliar Claudia Aparecida Coimbra Alves, do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, determinou que Zema retire a propaganda com seu nome e imagem do interior das lojas e também dos caminhões da rede.

Em ação movida pela campanha adversária, de Antonio Anastasia (PSDB), a juíza considerou que houve propaganda irregular e fixou multa de R$ 50 mil por dia de descumprimento, limitada a R$ 800 mil.

O procedimento preparatório eleitoral que investiga se houve abuso de poder econômico foi instaurado no dia 15 de maio a partir de uma denúncia anônima registrada no site do Ministério Público do Trabalho por um funcionário do Grupo Zema de Patos de Minas (MG) em abril.

A denúncia diz que Zema "vem passando por todas as lojas fazendo palestras para mostrar porque todos devem votar no seu partido". "Essas palestras acontecem tanto em horário de expediente como fora do expediente (que não é pago como hora extra). Todos das lojas são convocados para participar. Um abuso, não sou obrigado a votar em quem ele quer", conclui o texto.

O caso foi encaminhado à Procuradoria Regional Eleitoral. A recomendação foi que todas as comarcas do MPMG em que houvesse lojas de Zema apurassem, entre outros aspectos, se houve ou estava agendada reunião de funcionários com o pré-candidato, se a pré-candidatura foi objeto da reunião, se houve pedido de votos a funcionários, se houve promessa de vantagem pessoal aos funcionários em troca de votos ou engajamento na campanha, se houve ameaças ou coação, se havia fotos de Zema nas lojas, caminhões ou material publicitário.

Em entrevista à Folha de S.Paulo após o primeiro turno, Zema mencionou a investigação do Ministério Público e afirmou que não utilizou suas lojas para promover a candidatura.

"Para minha surpresa, os funcionários abraçaram muito bem a causa. Não fui pedir voto. Eu fui visitar as lojas, como sempre fiz, ver se tinha produto estragado, problemas que tinha... E sempre falei 'vou ser candidato ao governo de Minas'. E o pessoal, para minha surpresa, a grande maioria, gostou bastante da ideia", disse.

"Tivemos 40 funcionários que foram arrancados à força das lojas para depor e todos, sem exceção, confirmaram que eu fui na loja como sempre fui. Não fui lá para pedir voto hora alguma. Eu sempre tive uma gestão chão de fábrica. Minha vida eu passei rodando Minas Gerais todo e parte dos estados vizinhos", completou.

Zema afirmou ainda ter se preocupado em não fazer campanha nas lojas. "Tomei o maior cuidado. Em cada loja que fui eu falei que era proibido ter material de campanha dentro da loja. Falei que, se alguém quisesse me ajudar, ligasse no comitê e desse o endereço da sua casa para receber material de campanha." Com informações da Folhapress.

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