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O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, afirmou, nesta quinta-feira (25), que o presidente Michel Temer mandou seguir o processo de contratação de quatro vice-presidentes selecionados para a Caixa Econômica Federal.
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Em entrevista à Folha de S.Paulo, Guardia disse que conversou com Temer e com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, sobre a liberação dos indicados.
Reportagem da Folha de S.paulo revelou que Temer cedeu à pressão de emissários de Jair Bolsonaro para que as indicações na Caixa e nas agências reguladoras sejam feitas pelo próximo presidente.
Marun chegou a afirmar à reportagem que "não era hora de fazer mudanças" [no banco]. "Que o próximo presidente faça essas alterações", disse.
Guardia garantiu que "nada vai parar". "Esses quatro indicados vão assumir os cargos", disse. O ministro da Fazenda explicou que o presidente Temer autorizou a "modernização" no estatuto da Caixa para que o banco tivesse uma governança mais forte para barrar indicações políticas.
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Pelas novas regras, os executivos do banco passam a ser escolhidos por uma empresa de recrutamento. Funcionários da Caixa também podem se candidatar, mas são submetidos ao mesmo processo de seleção.
"Com o novo estatuto, a Presidência da República só faz as verificações finais, como antecedentes criminais. Quem indica é o conselho de administração do banco", disse Guardia. "[o presidente] Não pode mudar os nomes."
Segundo o ministro da Fazenda, após contato nesta quinta-feira (25), Temer garantiu que "o processo continua normalmente como definido lá atrás."
A Caixa enviou há cerca de um mês o nome dos escolhidos para assumir quatro vice-presidências -Habitação, Governo, Fundos de Governo e Loterias. Esses postos vinham sendo ocupados por interinos desde o início do ano, quando Temer teve de afastar os titulares devido a suspeitas de envolvimento em corrupção revelados pelas operações Sépsis, Cui Buono? e Greenfield.
A presidente do conselho de administração da Caixa, a secretária-executiva da Fazenda, Ana Paula Vescovi, afirmou que essa "herança" de governança da Caixa será transmitida ao novo presidente.
Segundo Vescovi, a empresa contratada para definir o novo modelo de contratação de executivos do banco se propôs a preparar o documento que será entregue à equipe de transição.
Nele, estarão os pontos da nova governança com os próximos passos para a substituição completa dos atuais executivos do banco. Vescovi disse que a troca completa será feita em três etapas e, em cada uma delas, serão quatro executivos substituídos. A segunda seleção de quatro executivos está prevista para começar nas próximas semanas, com nomeação prevista para o início de 2019, quando assume o governo eleito.
Guardia defendeu a nova política de governança da Caixa, que considera um "baita avanço institucional" e, por isso, deveria ser mantida na nova gestão, independentemente da mudança de governo.
Caso queira alterar as regras atuais, o novo presidente terá que voltar a discutir a forma de nomear de executivos da Caixa no conselho de administração. O tema então é levado a assembleia de acionistas. Não é impossível, uma vez que o governo detém 100% do controle da Caixa e é quem decide, ao final, se as propostas do conselho devem ser acatadas. Com informações da Folhapress.