Anistia Internacional vê 'enorme risco' com eleição de Bolsonaro

Segundo a diretora da AI para as Américas, as propostas de Bolsonaro "agravariam o já terrível contexto de violência letal no Brasil"

© REUTERS

Mundo repercussão 28/10/18 POR Folhapress

 

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Em nota neste domingo (28) após o anúncio da vitória de Jair Bolsonaro (PSL-RJ), a Anistia Internacional afirmou que, caso a retórica do candidato se torne política pública, sua eleição "representa um risco enorme para os povos indígenas e quilombolas, comunidades rurais tradicionais, pessoas LGTBI, jovens negros, mulheres, ativistas e organizações da sociedade civil".

+ O primeiro discurso do presidente eleito Jair Bolsonaro

Segundo a diretora da AI para as Américas, Erika Guevara-Rosas, as propostas de Bolsonaro de flexibilizar leis de controle de armas e autorização prévia para policiais matarem em serviço "agravariam o já terrível contexto de violência letal no Brasil, onde ocorrem 63 mil homicídios por ano, mais de 70% deles com armas de fogo, muitos dos quais são, na realidade, execuções extrajudiciais".

"Além disso, Bolsonaro ameaçou os territórios de povos indígenas com a promessa de alterar os processos de demarcação de terras e autorizar grandes projetos de exploração de recursos naturais. Da mesma forma, também falou sobre flexibilizar os processos de licenciamento ambiental e criticou as agências de proteção ambiental do Brasil, colocando em risco o direito de todas as pessoas a um ambiente saudável", diz a nota da AI.

A ONG disse que o Brasil tem "uma das taxas de assassinatos de defensores e ativistas de direitos humanos mais altas do mundo, com dezenas de mortos todos os anos por defender os direitos que deveriam ser garantidos pelo Estado".

De acordo com a AI, "nesse contexto, as declarações do presidente eleito, sobre colocar um fim no ativismo e reprimir os movimentos sociais organizados, representam um alto risco aos direitos de liberdade de expressão e manifestação pacífica, garantidos pela legislação nacional e pelo direito internacional".

"As instituições públicas brasileiras devem tomar medidas firmes e decisivas para proteger os direitos humanos e todos aqueles que defendem e se mobilizam pelos direitos no país. Essas instituições têm um papel fundamental a desempenhar na proteção do estado de direito e impedir que as propostas anunciadas se materializem", afirmou, na nota, Erika Guevara-Rosas. Com informações da Folhapress.

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