© Pilar Olivares / Reuters
Condomínio Vivendas da Barra, rua C, casa 58. Ali fica o quartel-general do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) desde o início da campanha. Neste domingo (28), ele só deixou a residência no confortável condomínio da zona oeste do Rio para votar e ficou acompanhando o pleito cercado de amigos e do clima de "já ganhou".
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Os moradores preparavam a festa desde o início do dia. Em várias casas, chopeiras e churrasqueiras eram preparadas. A rua C era a mais animada.
"Vamos ganhar a eleição de lavada", comemorava uma das vizinhas, vestida de camisa verde e amarela e segurando uma bandeira do Brasil pouco depois do meio-dia.
O condomínio tem um esquema de segurança especial, com dezenas de policiais federais e grupos de elite das polícias do Rio. Até atiradores foram colocados em prédios nos arredores.
Desde sexta (26), a Polícia Federal colocou grades cercando a casa de Bolsonaro. Uma cortina camuflada também foi colocada na varanda para afastar curiosos.
Dois furgões -um da Globo e outro de uma produtora- com antenas para transmitir imagens estavam estacionados na frente da residência. As vans das outras emissoras ficaram do lado de fora do condomínio.
Depois das 14h, o clima de festa aumentou com os moradores fazendo churrasco e dançando ao som de "O Mito Chegou", música que embala os apoiadores de Bolsonaro desde início da campanha.
Na frente da casa do candidato, a filha de Bolsonaro, Laura, 8, jogava vôlei com amigas. Ele permanecia dentro de casa com familiares e amigos. Rojões explodiam com um intervalo de quase uma hora.
Na rua ao lado, mais de uma dezena de vizinhos com camisas do capitão reformado conversavam sobre a eleição enquanto crianças batiam bola.
Policiais do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar viraram atração –moradores tiravam fotos com os homens armados de metralhadoras.
Os moradores do condomínio de alto padrão já discutiam o futuro governo. "Quero ver esse pessoal [em referência aos opositores] voltando a trabalhar a partir de amanhã", disse um dos moradores.
"Todos me olharam muito desconfiados, mas não teve agressão. Apenas uma mulher disse que era uma afronta estar vestida assim", afirmou a universitária Mariana Loureiro, 21, ao entrar no condomínio, com uma camiseta vermelha e adesivos de apoio a Fernando Haddad (PT).
O condomínio de 180 casas é um reduto de aliados do candidato do PSL. Apenas uma tinha uma bandeira em apoio ao petista.
Apesar de ficar numa área segura da Barra da Tijuca, o condomínio é considerado vulnerável por especialistas em segurança. As residências são muito próximas e sem grades. A preocupação maior dos policiais era a comemoração após a abertura das urnas. Com informações da Folhapress.