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Em entrevista para a jornalista Christiane Amanpour, do canal americano CNN, exibida nesta quinta-feira (10), Dilma contou que foi submetida a formas de tortura como o chamado pau de arara e o choque elétrico, “uma dor que anda”, nas suas palavras. “Não que seja fácil suportar a tortura, não é, e você só suporta a tortura se você se enganar, deliberadamente, dizendo: mais um pouco eu suporto, mais outro pouco eu suporto”, disse.
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Perguntada sobre como esse período mudou sua visão de mundo, disse que não se pode criar ódio nem raiva contra quem pratica a tortura; esses sentimentos não podem se estender para ideologia e cultura dos torturados, avaliou. “Tem uma coisa que eu acho que a tortura me fez viver de uma forma intensa, é a certeza absoluta que nós derrotamos, no Brasil, quem a praticou”, avaliou, completando que a vitória não é pessoal, mas da democracia.
Após falar sobre o tema, a presidenta foi confrontada com o fato de duas mil pessoas terem sido torturadas e mortas pela polícia brasileira em 2012. Dilma recorreu à parceria entre os entes federados, e afirmou que não se pode deixar intocada a estrutura prisional do Brasil, que envolve prisioneiros em situações sub-humanas. “Tem de haver uma interação entre o Executivo federal e as polícias; e as polícias são dos estados, porque na Constituição brasileira a atribuição da segurança pública é estadual”, afirmou, acrescentando que, para solucionar o problema, é preciso rever a Constituição Federal.
Ainda na entrevista à rede de TV americana, a presidenta disse defender tolerância zero com a corrupção. Respondendo a pergunta sobre a gravidade do tema para o Brasil, Dilma elencou iniciativas como o Portal da Transparência, a Controladoria-Geral da União e a concessão de autonomia à Polícia Federal para investigar crimes de corrupção. “Os dois lados, tanto quem corrompe como quem é corrompido, hoje, pagam diante da Justiça, o que eu acho uma grande melhoria porque um não existe sem o outro”, completou.