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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, foi entrevistado nessa segunda-feira (29) pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos, do "Jornal Nacional". Entre as declarações, atacou o jornal "Folha de S. Paulo" e reiterou o compromisso de manter a Constituição da República.
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"Eu quero governar para todos, como você bem disse, no Brasil. Não apenas para os que votaram em mim. Temos uma Constituição que tem que ser realmente a nossa bíblia aqui na Terra. E respeitá-la, porque só dessa maneira podemos conviver em harmonia", disse Bolsonaro já no começo da entrevista.
Ao ser questionado sobre como pretende agir em casos de agressões a homossexuais, o presidente eleito preferiu falar sobre a fama de homofóbico, que diz ser injusta. "Agora, deixo bem claro: eu ganhei o rótulo, por muito tempo, de homofóbico. Na verdade, eu fui contra a um kit feito pelo então ministro da Educação, Haddad, em 2009 para 2010, onde chegaria nas escolas um conjunto de livros, cartazes e filmes onde passariam crianças se acariciando e meninos se beijando. Não poderia concordar com isso, e a forma como eu ataquei essa questão é que foi um tanto quanto agressiva", disse.
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LIBERDADE DE IMPRENSA
Jair Bolsonaro se declarou "totalmente favorável a liberdade de imprensa". No entanto, atacou a "Folha de S. Paulo" pela matéria sobre a suposta funcionária fantasma empregada pelo político. Bonner questionou se Bolsonaro queria que o jornal terminasse.
"Por si só esse jornal se acabou. Não tem prestígio mais nenhum. Quase todas as fake news que se voltaram contra mim partiram da Folha de S. Paulo. Inclusive a última matéria, onde eu teria contratado empresas fora do Brasil, via empresários aqui para espalhar mentiras sobre o PT. Uma grande mentira, mais um fake news do jornal Folha de S. Paulo, lamentavelmente", respondeu Bolsonaro.
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VIOLÊNCIA
Um dos temas controvérsos da campanha de Bolsonaro foi quando o então candidato declarou que iria "varrer os marginais vermelhos". Com relação a isso, o presidente eleito afirmou se tratar apenas de um "discurso inflamado, com a Avenida Paulista cheia". "Logicamente eu estava me referindo à cúpula do PT e cúpula também do PSOL. O próprio Boulos havia momentos antes dito que invadiria a minha casa aqui na Barra da Tijuca por ela não ser produtiva. Vimos o candidato do PT derrotado em vídeo também dizendo que a crise no Brasil só acabaria quando o Lula fosse eleito presidente. Então, foi um momento de desabafo, é um discurso acalorado, mas não ofendi a honra de ninguém. O que eu quero dizer com aquilo: no Brasil de Jair Bolsonaro, quem desrespeitar a lei sentirá o peso da mesma contra a sua pessoa".
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