Café pode reduzir sintomas da rosácea e suavizar vermelhidão da pele

Artigo revela que o café pode até ajudar a reduzir os sintomas da rosácea. Mas cuidado: ele não pode estar quente!

© pixabay

Lifestyle Estudo 30/10/18 POR Notícias Ao Minuto

Pacientes com rosácea precisam adequar a alimentação e, no geral, devem evitar os desencadeantes alimentares e nesse grupo entram várias especiarias, molho picante, chocolate ao leite e branco, frutas cítricas, álcool (incluindo vinho e bebidas destiladas), além de bebidas quentes como o chá e, até então, o café. Mas em um novo artigo publicado em outubro no JAMA Dermatology, pesquisadores do Departamento de Dermatologia da Brown University descobriram que, além de não trazer malefícios para a vermelhidão da pele, o café pode até reduzir os sintomas e suavizar o eritema.

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“A rosácea é uma doença vascular inflamatória e crônica que deixa a pele sensível e reativa, de forma que ela fica vermelha facilmente, e ainda podem aparecer vasos finos, pápulas e pústulas que lembram a acne. O que se descobriu nessa pesquisa foi que, como o café contém altos níveis de cafeína, ele pode ser útil para contrair vasos sanguíneos para melhorar a aparência da vermelhidão, um quadro que frequentemente aparece em pacientes com rosácea. Mas é importante que novas pesquisas sejam realizadas”, pondera a dermatologista Dra. Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Os pesquisadores descobriram que as mulheres que consumiam quatro ou mais xícaras de café por dia tinham um risco menor de apresentar sintomas de rosácea.

Segundo a pesquisa, não é qualquer alimento com cafeína que pode ajudar, já que por exemplo o chá com altas doses de cafeína não influenciou nos sintomas e o chocolate (que contém cafeína) é um fator de risco para a rosácea. “Outra coisa importante que devemos ter em mente é que beber café não é considerado um tratamento de primeira linha para a rosácea e esse paciente deve tomar muito cuidado com bebidas quentes", diz a médica.

"Então, se você adicionar café a sua rotina diária, certifique-se de que não está muito quente", afirma.Causas e tratamentos – Ainda com causa desconhecida, sabe-se que a rosácea tem forte predominância hereditária, mas há uma piora da doença relacionada com alguns hábitos, como o consumo de bebida alcoólica, alimentos quentes e comidas com temperos picantes.

“O próprio estresse, com situações de raiva ou constrangimento, exercícios físicos intensos, sauna, banhos quentes e exposição excessiva ao sol também influem, assim como o uso de cortisona e de alguns medicamentos, como antidepressivos. Histórico de acne grave é outro fator que pode intensificar os sintomas,” esclarece a médica.

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De acordo com a médica, apesar de ser mais frequente em mulheres, a condição também atinge muitos homens e, neles, o quadro tende a ser mais grave, evoluindo continuamente com rinofima (aumento gradual do nariz por espessamento e dilatação folículos).

“A origem da rosácea ainda não é conhecida. Há uma predisposição individual (mais comum em brancos e descendentes de europeus) que pode ser familiar (30% dos casos têm uma história familiar positiva), evidenciando uma possível base genética. Os fatores psicológicos têm forte influência no agravamento dos casos. Além disso, hoje já se considera importante a participação de um ácaro da flora normal da pele chamado de Demodex folliculorum, e da bactéria Bacillus oleronius, que colonizam esse fungo”, explica. O diagnóstico, de acordo com a médica, é feito com facilidade na presença de eritemas e telangiectasias na região central da face, acompanhadas de pápulas e pústulas.

Os sintomas e sinais típicos são: Flushing facial (períodos de sensação abrupta de vermelhidão e calor na pele como se fosse um surto de vasodilatação); Telangiectasias (dilatação de pequenos vasos permanentes); Persistente eritema facial com possível edema facial; Pápulo-pustulosas (podem ocorrer nódulos e as pápulas podem, eventualmente, quando numerosas, formar placas granulomatosas, no caso da rosácea lupoide); Rinofima (espessamento irregular e lobulado da pele do nariz, dilatação folicular, levando ao aumento e deformação do nariz); Alterações oculares (ocorrem em 50% dos casos com irritação, ressecamento, blefarite, conjuntivite e ceratite).

Embora a rosácea não tenha cura, seu tratamento ajuda muito a controlar contra os sintomas. “Tudo depende da fase clínica que o paciente está. Mas em primeiro lugar todos os agravantes ou desencadeantes devem ser afastados ou controlados, como bebidas alcoólicas, exposição solar, vento, frio e ingestão de alimentos quentes. O tratamento se inicia com sabonetes adequados; protetor solar com elevada proteção contra UVA e UVB e com veículo adequado à pele do paciente; e uso de antimicrobianos tópicos (metronidazol) e antiparasitários (ivermectina)”, explica.

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Dependendo dos casos medicações orais podem ser prescritas. O laser ou a luz pulsada são excelentes para tratamento das telangiectasias. “Para o rinofima, a abordagem pode ser cirurgia, radiofrequência, dermoabrasão ou laser. O médico dermatologista avalia o grau, a fase e a pessoa como um todo para indicar o melhor tratamento”, afirma. “A luz intensa pulsada é extremamente interessante para o controle da vermelhidão e da formação das pápulas e pústulas (lesões avermelhadas e que muitas vezes tem presença de pus) e hoje mais recentemente nós temos um controle muito interessante da rosácea com microdoses de toxina botulínica aplicada na região onde o paciente apresenta rosácea. Isso faz com que, além do tratamento tópico para casa e via oral, no consultório o paciente receba mais conforto e um controle mais prolongado.

A toxina botulínica é aplicada em doses dérmicas, então ela não é muscular, com microdoses diluídas. Com isso, há a diminuição tanto do processo inflamatório como a secreção sebácea e pode ser usada no rosto todo. Intercalando as microdoses da toxina botulínica com a luz intensa pulsada, conseguimos um controle interessante e prolongado”, afirma a médica. Além disso, alguns equipamentos home device com LEDs (tecnologia LLLT), lasers de baixa intensidade no comprimento red (650), podem ser usados, pois têm característica anti-inflamatória.

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