© Pilar Olivares/Reuters
Enquanto passava por uma patrulha da Polícia Militar no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, na noite dessa terça-feira (15), um adolescente de 15 anos foi baleado. Ele estava de moto com um amigo e, segundo testemunhas, após disparar, um PM jogou o garoto em um rio da região. A notícia chegou ao pai do menino depois que pessoas presenciaram o caso e contaram ao homem.
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O menino foi levado para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também Zona Norte, onde passou por uma cirurgia. "Saí correndo para socorrer meu filho. Ao chegar lá, os moradores me disseram que viram um policial atirar na perna do meu filho e jogar ele no rio. Eles disseram também, que ao verem essa situação, uma pessoa correu para retirar o meu filho do rio", relembrou, em entrevista ao Extra.
Já a versão dos policiais, contou o pai, contradiz à relatada pelos moradores. "Os policiais disseram que meu filho tinha machucado a perna ao cair no rio. Mas eu vi a marca e era de tiro. Cheguei a perguntar ao policial se ele tinha atirado no meu filho, mas ele negou. No entanto, meu filho me disse que quem o baleou foi um PM".
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Garotos 'estavam armados'
Agentes justificaram que tanto o garoto quanto o amigo estavam armados e o veículo que dirigiam era roubado. O pai do adolescente revelou que o filho foi internado, por seis meses, no Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (Criaad) da Penha por roubo, mas que já cumpriu a pena.
"Eu não sabia que meu filho estava de moto nem que o veículo era roubado. Mas sobre eles estarem armados, quando cheguei lá, não vi arma nenhuma. Acho que, se eles tivessem com arma, a polícia não ia atirar na perna, mas sim em alguma região do corpo que o deixasse desacordado, como uma forma de defesa", disse.
Negligência
Para conseguir levar o filho ao hospital, o pai da vítima afirmou que teve que discutir com policiais. A corporação alegou que teria que esperar outra viatura para socorrer o menino. "Um morador, que estava no local em que ocorreu o caso, me emprestou um pano branco para eu poder enrolar o meu filho, para levar para o hospital", detalhou.
Ele ainda disse que, no meio do caminho, encontrou uma ambulância. "Avisamos que havia um garoto ferido no carro. Transferimos meu filho para o veículo do hospital. Um dos bombeiros afirmou que o ferimento na perna foi causado por tiro, contrariando a versão dos policiais", afirmou o pai do menino.
Tortura e maus-tratos
O pai também relatou que o colega do filho estava apenas algemado quando ele chegou ao local. Duas horas depois, o garoto foi levado ao hospital por policiais com ferimentos na cabeça e na perna. "Eles foram torturados, sim. O rapaz demorou a vir e chegou ao hospital com um galo grande na testa e ainda teve que fazer um curativo na perna. Eles machucaram o menino. Os moradores falaram que meu filho foi torturado e o menino também. A Polícia Militar ainda não esclareceu o caso. Já o homem vai prestar queixa na 21ª DP (Bonsucesso).