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Um estudo acadêmico revelou nesta quinta-feira (01) que crianças neandertais do sul da França foram expostas, há cerca de 250 mil anos, a altos níveis de chumbo, metal tóxico que afeta o desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso. A investigação, que teve como pano de fundo a análise dos dentes de duas crianças, prova que ambas "ingeriam ou inalavam chumbo tóxico dentro das cavernas em que viviam", a 25 quilômetros de um depósito deste metal, sublinhou em comunicado a Universidade Nacional Australiana (UNA), que liderou o estudo.
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Publicada na revista científica Science Advances, esta é agora a mais antiga prova da exposição de hominídeos ao chumbo.
"Há 250 mil anos, esta região do sudeste da França era muito mais fria e sazonal do que é agora", disse Tanya Smith, a investigadora principal. Com o estudo, "ficou comprovado que a exposição aconteceu no período mais frio de [vários] invernos sucessivos", disse Hannah James, membro do grupo de pesquisa.
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James explicou ainda que a descoberta foi feita através de um método que liga sinais ambientais registrados na composição química dos dentes dos hominídeos com a idade do indivíduo e a época do ano em que foram registrados.
No decorrer da investigação, a equipe utilizou instrumentos de alta sensibilidade que permitiram revelar que uma das crianças nasceu na primavera e foi desmamada dois anos e meio depois, durante o outono.
O especialista indicou que o próximo passo será investigar o que os neandertais faziam durante o inverno que causava tanta exposição dos filhos ao chumbo. Com informações da Lusa.