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O presidente eleito, Jair Bolsonaro, confirmou sua intenção de transferir a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, em uma entrevista à imprensa local.
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"Israel é um Estado soberano. Se os senhores decidirem qual será a sua capital, nós os seguiremos", disse Bolsonaro ao jornal "Israel Hayom", que antecipou trechos da entrevista nesta quinta-feira (1).
"Vocês são os únicos que podem decidir onde será a capital, não os outros países", argumentou.
Desde sua campanha eleitoral, Bolsonaro prometeu transferir a embaixada brasileira, assim como fizeram Estados Unidos e Guatemala. A medida, no entanto, pode gerar reação de países árabes.
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Ao diretor do jornal, Boaz Bismuth, quem conduziu a entrevista por telefone, Bolsonaro disse que "Israel pode contar" com o voto brasileiro nas Nações Unidas "para quase todas as temáticas que envolvem o país".
"Sei que o voto nas Nações Unidas é mais simbólico, mas ajuda a definir a posição que um país deseja adotar. Estive em Israel há dois anos e pretendo retornar", afirmou Bolsonaro.
"O embaixador israelense no Brasil me visitou duas vezes nesta semana e sempre tivemos uma excelente relação. Estou muito contente por ter sido tratado dessa maneira calorosa por um representante do Estado de Israel", acrescentou o presidente eleito.
Na mesma entrevista, Bolsonaro alfinetou a relação diplomática do Brasil com a Palestina. Segundo ele, seu governo pretende revisar o status e a localização da embaixada.
"Ela foi construída muito perto o Palácio Presidencial...nenhuma embaixada pode ficar assim próxima. Por isso, pretendemos transferi-la. Para mim, não tem outra possibilidade. Além disso, a Palestina deve primeiro ser um Estado para ter o direito a uma embaixada", criticou.
O Brasil reconhece o Estado Palestino como país desde dezembro de 2010, após carta enviada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.
Bolsonaro, que venceu as eleições com 55% dos votos, pelo partido PSL, assumirá a Presidência do Brasil e 1 de janeiro de 2019. (ANSA)