© Ueslei Marcelino / Reuters
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou nesta quarta-feira (31) o juiz federal Sergio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, de ter tomado "ações planejadas" para prejudicar a candidatura do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições presidenciais. As informações são do site de notícias paranaense "Paraná Portal".
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A acusação consta nas alegações finais do processo que Lula responde por supostamente ter recebido um imóvel em São Bernardo do Campo, além de um terreno que seria usado para o Instituto Lula, como pagamento de propina pela empreiteira Odebrecht, uma das empresas envolvidas no escândalo de corrupção deflagrado pela operação Lava Jato.
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Entre as ações citadas pelo advogados, destacam-se "diversas medidas ilegais e arbitrárias contra o defendente [Lula] com o objetivo de promover o desgaste da sua imagem e da sua reputação", autorização de interceptação do principal ramal de um dos escritórios de advocacia que defendem o ex-presidente; participação de Moro em diversos eventos promovidos por adversários políticos de Lula, alguns apoiados por Bolsonaro; a decisão de Moro, que, mesmo estando em férias, atuou para que "fosse negado cumprimento a uma decisão proferida por um desembargador federal para colocar o defendente em liberdade em razão da sua condição de pré-candidato a presidente da República"; e o levantamento de sigilo da trechos da delação de Antonio Palocci na véspera do primeiro turno, visando um "impacto na disputa eleitoral".
Moro aceitou nesta quinta-feira (1) o convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro, para assumir o ministério da Justiça, que foi fundido com o da Segurança pública. Após reunião da casa do vencedor das eleições, o juiz emitiu nota explicando detalhes sobre a decisão.
"Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado ministro da Justiça e da Segurança Publica na próxima gestão. Após reunião pessoal na qual foram discutidas políticas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito à Constituição, à lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na prática, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes", diz a nota. (ANSA)