© Cathal McNaughton/Reuters
O homem suspeito de matar 11 pessoas em um ataque a tiros a uma sinagoga em Pittsburgh, Pensilvânia, declarou nesta quinta-feira (1º) ser inocente das 44 acusações federais que pesam contra si. Ele pediu ainda para ser submetido a um julgamento com jurados.
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Robert Bowers, 46, teria entrado na sinagoga Tree of Life na manhã de sábado (27) e atirado enquanto gritava que queria "matar judeus". Além dos 11 mortos, dois membros da congregação ficaram feridos, assim como quatro policiais, baleados na troca de tiros que se seguiu.
Nesta quinta, vestindo um macacão vermelho, Bowers declarou ser inocente das acusações, algumas das quais poderiam resultar em pena de morte, se ele for considerado culpado. O ataque é tratado como crime de ódio.
O suspeito estava com um grande curativo na parte superior do braço esquerdo -ele também foi baleado no tiroteio e teve alta hospitalar três dias atrás.
Foi a segunda vez que Bowers compareceu a uma corte nesta semana, após ser indiciado por 44 acusações federais.
Na audiência desta quinta, ele disse ao juiz Robert C. Mitchell que entendia as acusações. Michael J. Novara, defensor público do suspeito, entrou com pedido de inocência, "como é típico", disse.
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Dentre as acusações que pesam contra si, estão 11 por obstrução de livre exercício de crenças religiosas resultando em morte. O Departamento de Justiça afirmou que promotores federais em Pittsburgh iniciaram o processo de buscar uma possível pena de morte no caso.
A decisão é tomada pelo procurador geral após uma revisão feita por advogados federais especializados em casos de pena capital.
Nesta quarta, o secretário da Justiça, Jeff Sessions, disse em comunicado que os supostos crimes "são incompreensivelmente cruéis e totalmente repugnantes aos valores desta nação."
"Portanto, esse caso não é apenas importante às vítimas e a seus amados, mas à cidade de Pittsburgh e a toda a nação."
No sábado, Bowers entrou na sinagoga e atirou enquanto expressava seu ódio pelo povo judeu, de acordo com um relatório publicado no domingo (28). As declarações continuaram durante o tiroteio com a polícia. Bowers teria dito a um policial: "Eles estão cometendo genocídio com meu povo. Eu só quero matar judeus".
Ele estava armado com uma AR-15 e três pistolas durante o ataque, que durou 20 minutos.
O massacre na sinagoga aumentou o debate sobre a retórica do presidente americano, Donald Trump, que, segundo críticos, encorajou o extremismo de direita.
A administração Trump rejeita a acusação, mas um grupo de líderes judeus disse a Trump em uma carta aberta que ele não era "bem-vindo em Pittsburgh até que denuncie totalmente o nacionalismo branco".
O republicano, porém, decidiu visitar a sinagoga que sofreu o ataque, onde foi recebido com protestos.
Cerca de 2.000 pessoas participaram do ato, carregando cartazes com frases como "as palavras têm significado" e "construímos pontes, não muros". Com informações da Folhapress.