© Tomaz Silva/ Agência Brasil
Na porta dos locais de prova do Enem, cuja primeira etapa acontece neste domingo (4), dois grupos antagônicos se encontram: de um lado, voluntários encorajam e até abraçam os estudantes para acalmá-los; do outro, um público estende cadeiras de praia e leva bebida alcoólica para rir de quem chega atrasado.
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Neste domingo, os candidatos farão provas de linguagens, ciências humanas e redação. O exame dura 5h30. No próximo domingo (11), as provas serão de química, física e biologia.
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O estudante Renan Marques, 19, percorreu 20 km de Diadema (Grande SP) até a Uninove da Barra Funda (zona oeste da capital) só para assistir a quem chega atrasado e perde a chance de fazer a prova. Ele também trouxe um isopor com bebidas alcoólicas. "Vim para dar umas risadas e dar uma cerveja para quem se atrasar. Também não é o fim do mundo", diz.
Julio Cesar Silva, levou até cadeiras de praia para o local. Morador da Penha, chegou às 11h para não perder o "evento". Estudante da Uninove, ele nunca participou do Enem. "A pessoa tem um ano para se preparar. Se chega atrasada, não merece participar da prova", ele ri.
"É a seleção natural do mundo. Se a pessoa não consegue nem chegar a tempo para a prova, ela não vai conseguir nada nessa vida", diz Eduardo Artigas, 28.
Do outro lado, em Campinas (SP), jovens do grupo religioso Aliança Bíblica Universitária, chegaram às 11h para oferecer "abraços grátis" aos vestibulandos. "É um momento em que as pessoas estão precisando de um acolhimento. Nós já passamos por isso e queremos dar o apoio que nós não recebemos", conta.
Thalia Figueiredo, 21, diz que muitos chegam à prova nervosos e gostam de receber orações e palavras de conforto. Além disso, o grupo tem um canal no Youtube em que divulgam informações sobre cursos e a vida universitária. Eles levaram cartazes de incentivo e apoio, com dizeres como "Mantenha a calma", "Vai dar tudo certo, confie" e "Tô preparada para arrasar".
Em Belo Horizonte, membros de um grupo de jovens católicos, Natalia Izis, 21, e Mariane Fernandes, 19, fora até a PUC para distribuir abraços e mensagens de boa prova em papeizinhos vermelhos em formato de coração. "É um momento de aflição, então a presença de Deus acalma", diz Izis com os olhos marejados. Com informações da Folhapress.