© iStock (Foto de arquivo)
Caro Gero, 32, é a primeira pessoa na Argentina a ser registrada oficialmente sem o sexo em nenhum de seus documentos.
PUB
O primeiro caso de "sexo indefinido" foi aceito oficialmente pela província de Mendoza, e se apoia na Lei de Identidade de Gênero, aprovada durante o kirchnerismo (2003-2015), que permite que qualquer cidadão mude de sexo e se registre como gostaria de ser chamado.
No caso de María Carolina González Deveza, o nome escolhido foi Caro Gero. Porém, é a primeira vez em que, no campo de definição de sexo, há apenas um risco.Enzo Rizzo, da Direção de Registro Civil de Mendoza, recebeu o pedido há cerca de um ano.Como a legislação não falava especificamente sobre registros de "sexo indefinido", foi enviada uma consulta para a Corte Interamericana de Direitos Humanos.
+ Papa recebe presidente paraguaio para debater projeto social
"Recebemos a orientação de atender o pedido, portanto uma nova certidão de nascimento e um novo DNI foram confeccionados."
Em entrevista para a imprensa local, Caro Gero disse que o reconhecimento legal de sua escolha pode ajudar outros casos em tramitação que estão registrados em Buenos Aires e em Santa Fé, mas que ainda não têm conclusão.
Apesar do reconhecimento legal, Gero acredita que continuará sendo vítima de preconceito.
"Fui de um rótulo para outro, mas não importa, é um primeiro passo para uma mudança na sociedade", afirmou. Gero trabalha em hospital local e se define como "médique".
+ Eleição nos EUA ameaça domínio republicano nos governos estaduais
De cabelo curto, corpo tatuado, fez há muitos anos fez uma mastectomia dupla, numa primeira tentativa de buscar sua nova identidade, segundo contou.
Porém, não gostava da ideia de ser tratada ou definida como homem ou como uma mulher homossexual.No braço direito, leva desenhada a imagem da artista mexicana Frida Kahlo (1907-1954), de quem é fã. Com informações da Folhapress.