© Nick Oxford/Reuters
Eleitores americanos vão às urnas nesta terça-feira (6) para escolher os futuros integrantes da Câmara, do Senado e de alguns governos estaduais. As eleições também são consideradas um teste de popularidade para o presidente Donald Trump, que assumiu o cargo há dois anos.
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No pleito, serão selecionados 435 novos membros da Câmara dos Deputados, um terço do Senado e 36 dos 50 governos estaduais dos Estados Unidos.
As midterms, eleições realizadas na metade do mandato presidencial, mostrarão se os cidadãos estão satisfeitos com o governo.
Como explica o jornal 'Folha de S. Paulo', se os democratas retomarem o controle da Câmara e do Senado, podem barrar os projetos de Trump.
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A favor do presidente estão índices positivos na economia, além da possível reação do eleitorado conservador à caravana de migrantes da América Central, que avança em direção à fronteira dos Estados Unidos.
Contra o presidente estariam os recentes ataques de extremistas de direita contra negros, judeus e personalidades do Partido Democrata, que podem vir a afetar os resultados.
Confira as principais mudanças esperadas com as eleições:
1. Perda da maioria republicana no Congresso
Nesta terça (6), são disputadas 35 das 100 vagas no Senado e todas as 435 cadeiras na Câmara. No momento, o Partido Republicano possui maioria nas duas casas: são 51 senadores e 240 deputados.
No Senado, os republicanos têm mais chance de permanecerem como maioria, pois grande parte das cadeiras disputadas pertencem à oposição. Como todos os Estados têm a mesma representação no Senado, e os republicanos são favoritos especialmente nos rurais, que têm pequena população.
O site FiveThirtyEight, que elabora estatísticas com base em pesquisas de intenção de voto, estima que os republicanos têm 83% de chance de manter o controle do Senado.
Já a Câmara deve ficar com os democratas, que precisam conquistar 23 novos assentos para obter a maioria. Como a votação neste caso é distrital, com representação relativamente proporcional ao tamanho da população, os democratas podem se beneficiar do descontentamento com Trump.
O FiveThirtyEight projeta que os democratas têm 87% de chance de ganhar a maioria da Câmara.
2. Futuro do governo Trump
Se Trump perder a maioria da Câmara, ele terá problemas para avançar com a sua agenda legislativa. O presidente vinha obtendo sucesso em votações, mas, mesmo com maioria nas casas, não teve apoio suficiente para cumprir grandes promessas, como a construção de um muro na fronteira com o México e a extinção do Obamacare.
Caso siga com maioria no Senado, o presidente poderá aprovar membros de seu gabinete e indicados para a Suprema Corte, além de se blindar de um eventual impeachment.
3. Mulheres no governo
Estas eleições têm número recorde de candidatas: 234 para a Câmara e 22 para o Senado, sendo que a maioria é filiada ao partido democrata. Mesmo com o crescimento considerável, as mulheres representam apenas 11,5% do total de candidatos democratas e republicanos ao Congresso.
4. Comparecimento acima da média
Como o voto é facultativo nos Estados Unidos, o comparecimento dos eleitores às urnas nas midterms costuma ser baixo. Contudo, altos índices de votação antecipada indicam que a participação poderá ser a maior em 50 anos.
Essa possibilidade agrada o Partido Democrata, que acredita que estas eleições podem funcionar como um referendo sobre Trump.
5. Plebiscitos e eleições para governador
Diversos Estados também realizarão consultas sobre temas como: legalização da maconha, aumento do salário mínimo, direito ao voto de pessoas com antecedentes criminais, legalização de cassinos e estímulo ao uso de energias renováveis. Ao todo, 155 propostas serão colocadas para consulta popular em 37 estados.
Em 26 Estados serão escolhidos os governadores e outros cargos locais. Atualmente, os republicanos controlam cerca de dois terços dos Estados americanos.